Abastecimento de combustíveis no país não depende apenas da Petrobras, diz diretor

Rodrigo Polito

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Rodrigo Polito

Publicado

25/Fev/2021 18:00 BRT

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DieselMercado

A Petrobras não pode prever eventual risco de desabastecimento de combustíveis no país, já que parte do mercado é abastecido por terceiros, afirmou o diretor de Comercialização e Logística da empresa, André Chiarini, nesta quinta-feira, 25 de fevereiro. Segundo ele, porém, a política de preços alinhada à paridade de preço de importação é importante para contribuir para o abastecimento do mercado de gasolina e diesel do país.

“O mercado é servido por várias empresas. A Petrobras é uma grande supridora, mas desde muito tempo que tradings e distribuidoras se tornaram agentes relevantes em relação à importação de gasolina e diesel. A Petrobras, sozinha, não pode prever nenhum risco de desabastecimento no país”, disse o executivo, em teleconferência com analistas e investidores, ao ser questionado sobre o risco de desabastecimento de combustíveis no país.

De acordo com reportagem publicada ontem pela agência de notícias Reuters, a Petrobras teria informado às distribuidoras que não atenderia a 100% da demanda de diesel e gasolina em março e abril.

Chiarini, porém, explicou hoje que a companhia recebeu pedidos de alguns clientes para aumentar o volume de suprimento além do previsto em contrato. “A Petrobras está cumprindo [os contratos] e fornecendo mais”, completou o executivo.

À MegaWhat, o presidente da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araujo, disse concordar que uma política de preços da Petrobras alinhada com a paridade de preço de importação reduziria o risco de desabastecimento no país.

“Neste momento, como a Petrobras vem praticando preços abaixo da paridade, os importadores não têm estoques nos terminais portuários para completar o abastecimento”, disse Araujo.

Procurada, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que o abastecimento de combustíveis no país está normalizado. “A ANP monitora o mercado permanentemente e não tem nenhum indício de que isso [desabastecimento] vá acontecer. No momento, o abastecimento está normal em todo o país”, afirmou a autarquia, em nota.