PDE 2031 deve incorporar perspectivas para hidrogênio verde, diz Thiago Barral

Camila Maia

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Camila Maia

Publicado

30/Mar/2021 16:04 BRT

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ainda está discutindo com o governo as diretrizes do Plano Decenal da Expansão (PDE) 2031, mas é certo que o documento vai incorporar as perspectivas para produção e consumo de hidrogênio no país, disse Thiago Barral, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em entrevista ao "Canal Energia" transmitida virtualmente.

Em 2021, a EPE pretende repetir o que foi feito ano passado com o PDE, e apresentar o documento gradualmente ao mercado na forma de capítulos, explicou Barral. Os primeiros cadernos devem conter os cenários econômicos e de demanda de energia. 

"O hidrogênio aparece já no Plano Nacional de Energia 2050, mas nossa expectativa é incorporar gradualmente no planejamento, e o PDE 2030 já deve trazer um primeiro passo na direção de maior entendimento do hidrogênio dentro da nossa matriz energética", disse Barral.

Além do tema, outras novidades do PDE 20314 devem envolver a incorporação do Novo Mercado de Gás, com a aprovação da Nova Leri do Gás, análises avançadas sobre a ampliação do mercado livre e também sobre a expansão da transmissão, com novos exercícios de modelagem.

A EPE continua avaliando novas tecnologias no planejamento. Segundo Barral, a aplicação de usinas fotovoltaicas flutuantes, por exemplo, está sendo incorporada dentro do planejamento pelo seu potencial, mas depende muito da competitividade dos empreendimentos. "Vai depender do apetite do país em subsidiar esse tipo de solução", afirmou.

Enquanto não há espaço para novas hidrelétricas de grande porte no planejamento, com preferência por usinas médias, o envelhecimento do parque hidrelétrico instalado preocupa a EPE.

"O Brasil tem mais de 100 GW de capacidade instalada em hidrelétricas, e é um parque que vai ficando velho. Vemos com importância modernizá-lo, o que pode agregar até mais de 10 GW", disse Barral. Segundo ele, o arcabouço regulatório atual não está "redondo" para que o sistema tenha melhor proveito desse potencial de modernização, o que está destacado no PDE 2030. "Temos que cuidar do que já temos, isso é fundamental", afirmou.