BNDES lucra R$ 9,8 milhões no 1T21; desembolsos crescem e 49% vai para infraestrutura

Natália Bezutti

Autor

Natália Bezutti

Publicado

17/Mai/2021 12:50 BRT

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 9,8 bilhões no primeiro trimestre de 2021, 78% acima do mesmo período do ano anterior. Segundo o banco, o resultado foi impulsionado pela venda de participações societárias e pela intermediação financeira.

Os desembolsos tiveram crescimento de 35%, chegando a R$ 11,3 bilhões, sendo que 46% desse valor (R$ 5,2 bilhões) foram destinados a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) e 49% (R$ 5,6 bilhões) ao setor de infraestrutura.

Mais da metade da carteira de crédito de operações diretas e indiretas não automáticas do BNDES, 52,5%, está vinculada a empreendimentos que apoiam a economia verde e o desenvolvimento social. Esses recursos estão aportados em projetos de setores como saneamento, energias renováveis, desenvolvimento urbano, entre outros incluídos na sigla ASG (que se refere a questões ambientais, sociais e de governança corporativa).

O ativo do Sistema BNDES totalizou R$ 737,2 bilhões em 31 de março de 2021, apresentando diminuição de R$ 41,1 bilhões (5,3%) no trimestre. A redução se deu, principalmente, devido ao pagamento antecipado de R$ 38 bilhões ao Tesouro Nacional e à desvalorização da carteira de participações societárias em função de oscilações dos papéis no mercado financeiro.

A carteira de crédito e repasses, líquida de provisões, totalizou R$ 446,1 bilhões, representando 60,5% dos ativos totais em 31 de março de 2021 e se mantendo no mesmo patamar de 31 de dezembro de 2020.

A carteira de participações societárias totalizou R$ 61,5 bilhões no final do trimestre. A posição representa um decréscimo de 21,1% no trimestre, em função das alienações de ações (R$ 12,6 bilhões), notadamente Vale e Klabin, além da desvalorização dos investimentos em não coligadas, com destaque para Petrobras e Eletrobras.

Fábrica de projetos 

No início de 2021, a Fábrica de Projetos teve avanços significativos, chegando a 120 iniciativas de estruturação de desestatizações em março, com valor de R$ 243 bilhões entre outorgas e investimentos previstos. Entre os destaques, o banco menciona a realização do leilão da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D), no Rio Grande do Sul; a assinatura do contrato de venda da CEB Distribuição (CEB-D), no Distrito Federal; a contratação da PPP de iluminação pública de Petrolina; e realização de audiências e consultas públicas da PPP de iluminação de Curitiba, do porto de Vitória (Codesa) e de saneamento de Porto Alegre.