Reserva de capacidade de gás em MP da Eletrobras é retrocesso, diz Electra Energy

Jade Stoppa Pires

Autor

Jade Stoppa Pires

Publicado

02/Jun/2021 17:21 BRT

O presidente da Electra Energy, Claudio Alves, vê como retrocesso a proposta contida na Medida Provisória 1.031, que trata da privatização da Eletrobras, quanto à reserva de mercado de 6 GW para termelétricas a gás natural. O executivo participou de evento da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) nesta quarta-feira, 2 de junho, sobre bioeletricidade e o setor de energia elétrica.

“No final do dia, esse me parece um jogo mais de dono da bola, um jogo para viabilizar o gás. Na minha opinião, em particular, é um retrocesso, pois recursos como a biomassa estão sendo deixados de fora”, disse Alves.

Em parecer do texto feito pelo relator da MP, o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) prevê a obrigação de contratação de 1 GW em térmicas a gás natural em estados do Nordeste sem ponto de suprimento do insumo e outros 5 GW repartidos igualmente entre o Norte e o Centro-Oeste.

O executivo também falou sobre o leilão de reserva de capacidade, que teve as diretrizes divulgadas na última sexta-feira, 28 de maio. No certame previsto para dezembro, serão negociados dois produtos, sendo um de potência flexível e o outro de potência com inflexibilidade.

Apesar de ambos os produtos preverem termelétricas, o executivo não demonstrou certeza sobre a participação da biomassa. “Entendi que a biomassa poderia participar, desde que ela vendesse a potência de 80%, e ela declararia o CVU zero, mas teria a energia liberada para vender”, afirmou Alves quando questionado sobre a competitividade do setor.