Leilão de privatização da CEA não deve atrair grande competição, diz Credit Suisse

Camila Maia

Autor

Camila Maia

Publicado

14/Jun/2021 13:52 BRT

O leilão de privatização da CEA, distribuidora de energia do Amapá, marcado para 25 de junho, não deve ter grande competição, devido aos desafios relacionados à concessão, segundo relatório do Credit Suisse enviado a clientes.

O preço mínimo atribuído à CEA é de R$ 50 mil, mais o comprador assumirá também um grande volume de passivos, alavancagem elevada, nível de perdas de 49% e provisões muito altas para inadimplência, da ordem de 10% das receitas. Além disso, a localização do ativo não permite muitas sinergias operacionais, o que contribui para a expectativa do Credit Suisse de que o certame não terá muitos interessados.

Segundo os analistas Carolina Carneiro e Rafael Nagano, a CEA está entregando Ebitda (sigla em inglês para resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo nos últimos anos, e acumula uma dívida próxima de R$ 3 bilhões, considerando os passivos com fornecedores, principalmente de combustível para geração de energia.

"Da nossa cobertura, podemos ver a Equatorial e a Energisa participando", escreveram os analistas. A Neoenergia não deve entrar, já que acabou de adquirir o controle da CEA e ativos de transmissão. A CPFL também não é esperada por não operar na região Norte.