Largo Resources lança bateria de vanádio extraído na Bahia

Jade Stoppa Pires

Autor

Jade Stoppa Pires

Publicado

14/Jun/2021 19:12 BRT

A americana Largo Clean Energy vai iniciar a produção e comercialização de baterias para armazenamento de energia a partir vanádio, metal raro extraído na Bahia. O anúncio foi feito pela controladora Largo Resources, em evento virtual realizado na semana passada para apresentar a tecnologia. O diferencial das baterias, segundo a empresa, é que elas permitem uma descarga por longa duração, acima de 12 horas.

No evento, a empresa anunciou a meta de implantação de baterias com potência de descarga de 1,4 mil MWh até 2025. Segundo Paulo Misk, CEO da Largo Resources, as baterias de armazenamento da empresa têm sido desenvolvidas e testadas há uma década. A tecnologia em questão, produzida a partir do metal vanádio e conhecida como VRFB (vanadium redox flow battery, em inglês), teve suas patentes incorporadas pela empresa em dezembro do ano passado.

A intenção é implementar baterias com potência de descarga de 40 MWh até 2022 e atingir, com isso, a fatia de 3% do mercado total de baterias de longa duração até 2025.

"Estamos prontos para a entrega em escala da nossa tecnologia de baterias", afirma Misk, explicando que as VRFBs são não-degradantes e totalmente recicláveis, uma vez que seus componentes principais são separados. Além disso, o CEO também afirmou que as baterias de vanádio são altamente competitivas, pois não são inflamáveis, possuem uma alta densidade energética e podem durar mais do que 25 anos.

Segundo Misk, "o armazenamento de energia atingiu um ponto de inflexão no processo de transição para fontes de energias renováveis e estamos trazendo uma tecnologia que oferece a solução mais competitiva para esse mercado".

No modelo de negócios apresentado pela empresa, a comercialização dessa tecnologia deverá ser feita por meio de contratos de leasing (arrendamento). A empresa também afirma que terá mais competitividade no mercado pelo seu modelo vertical e integrado, que permite suprir a oferta do vanádio extraído na unidade de Maracás, na Bahia, e produzir e comercializar as baterias.