Reservas de gás natural permitem produção em larga escala de hidrogênio azul, diz Osório

Natália Bezutti

Autor

Natália Bezutti

Publicado

30/Jun/2021 13:03 BRT

Nova fronteira para as energias renováveis, a produção de hidrogênio no Brasil deve avançar rapidamente, declarou o diretor do departamento Estudos Energéticos do Ministério de Minas e Energia (MME), André Osório, durante o evento “Do Apagão à Transição”, realizado nesta quarta-feira, 30 de junho, pela MegaWhat. E o desenvolvimento, segundo o diretor, deve partir, principalmente, do hidrogênio azul.

“Temos políticas e capacidades consolidadas em energias renováveis necessárias para a produção do hidrogênio verde, somos dotados de abundante reserva de gás natural o que permite a produção em larga escala de hidrogênio azul e turquesa”, disse Osório.

O hidrogênio azul é produzido a partir de gás natural, e de outros combustíveis fósseis sem captura, utilização e sequestro de carbono (CCUS). Dadas as reservas no país, o diretor do MME acredita que há condições para o Brasil se tornar ator relevante em hidrogênio, tanto em exportação quanto para atender o nosso mercado interno.

Os desafios ficam por conta dos custos de produção e dos equipamentos associados à economia do hidrogênio que são elevados, além dos desafios logísticos em matéria de armazenamento, transporte e segurança, e a ausência de arcabouços legais e regulatórios adequados.

Prova do que Osório chamou de “vocação do país”, grupos privados têm investido em pesquisa e desenvolvimento para a produção no Brasil. No início do ano, o grupo australiano Fortescue assinou memorando de entendimento para projetos industriais no Porto Açu, no Rio de Janeiro, prevendo uma usina de hidrogênio verde com 300 MW de capacidade instalada e potencial para produção de 250 toneladas de amônia verde por ano.

No Ceará, outro memorando foi assinado para o Complexo de Pecém, com estudos para fomentar as atividades de produção, armazenamento, distribuição e consumo de hidrogênio verde (H2V) no estado. O interesse também partiu de uma empresa australiana, a Enegix Energy, prevendo um investimento de U$ 5,4 bilhões.

Segundo o diretor do MME, a busca de soluções de engenharia que virão com esses estudos, como na fabricação de eletrolisadores nacionais, certamente terá um impacto positivo, ajudando a reduzir os custos.

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