Irena: Paraguai deve aproveitar potencial eólico e solar para não ter segurança energética ameaçada

Jade Stoppa Pires

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Jade Stoppa Pires

Publicado

22/Set/2021 17:38 BRT

Os longos períodos de seca têm ameaçado a segurança energética do Paraguai, impactando na receita obtida com as exportações de energia elétrica – 82% da qual é proveniente das fontes hidrelétrica e termelétrica movida à biomassa. Para mitigar esses impactos, a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês) destaca, em seu mais recente estudo, o alto potencial do país para a geração de energia solar e eólica, assim como para que se estabeleça como produtor e exportador regional de hidrogênio verde.

O estudo da Irena foi elaborado em parceria com o Ministério Público e de Comunicações do Paraguai, denominado de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês), e apresenta ações de segurança energética que podem ser aprimoradas. O Paraguai já possui compromisso para redução de 20% das emissões de carbono no país até 2030, além de metas relacionadas com o crescimento econômico e a resiliência climática.

Sobre isso, H.E. Arnoldo Wiens Durksen, ministro do MP paraguaio, afirma que “os compromissos climáticos do Paraguai estão refletidos no guia fornecido pelo documento de Políticas Energéticas da República do Paraguai para 2040, o qual objetiva promover o uso de fontes alternativas de energia, encorajando projetos energéticos que mitiguem e adaptem-se aos efeitos da mudança climática”.

“A República do Paraguai é um verdadeiro líder regional no uso de energia renovável, com enormes capacidades hidrelétricas – uma das fontes de energia renováveis mais importantes da América Latina”, afirmou o diretor-geral da Irena, Francesco La Camera. “Mas com o crescimento da parcela de combustíveis fósseis na matriz energética do país e as crescentes mudanças climáticas, há incertezas na confiabilidade da sua capacidade hidrelétrica, criando uma grande oportunidade para a criação de um futuro energético mais balanceado e de baixo carbono, que supra tanto os objetivos econômicos quanto climáticos do país”.

Dessa forma, a agência entende que é necessário criar um comitê autônomo de energia para assegurar a implementação de políticas energéticas chaves para o país, assim como recomenda a atualização da estrutura estratégica e regulatória no setor elétrico do Paraguai para acelerar o processo, ressaltando a importância do planejamento a longo prazo e o estabelecimento de objetivos e orçamentos claros e alinhados com a estratégia estabelecida.

O estudo ainda identifica 15 ações que poderiam acelerar a adoção de energias renováveis no Paraguai, divididas em seis grandes áreas, e relacionadas a instituições e governanças do setor de energia, política energética de renováveis, eficiência energética e ao investimento em tecnologias de energia renovável.