Planejamento aponta crescimento médio de 3,4% na carga no ciclo 2022-2026

Camila Maia

Autor

Camila Maia

Publicado

01/Dez/2021 10:50 BRT

A carga de energia do país deve ter crescimento médio de 3,4% ao ano no período de 2022 a 2026, de acordo com o Planejamento Anual da Operação Energética - Ciclo 2022-2026, divulgado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). 

Considerando o período de 2021 a 2026, a expansão média da carga deve ser de 3,3%. A projeção considera um crescimento médio de 2,2% do PIB brasileiro no período.

Os percentuais mostram revisões para baixo em relação aos valores de carga previstos na segunda revisão quadrimestral da carga do ciclo 2021-2025, que previa crescimento médio de 3,4% na carga no quinquênio, mas indicava um aumento maior do PIB, de 3,2% ao ano. A carga esperada para 2022 foi revista de 71.955 MW médios para 71.373 MW médios, 0,8% menor, representando aumento de 2,7% ante a carga de 2021. O PIB esperado para o próximo ano também foi revisto, saindo de uma alta de 2,3% para crescimento de 1,3%. 

A desaceleração do ritmo da recuperação da economia é apontada como uma das premissas de curto prazo que justificou a revisão das cargas previstas para os próximos anos. A expectativa é que os serviços cresçam de forma mais intensa no segundo semestre deste ano, mas a atividade econômica deve ser pressionada em 2022, devido à inflação em alta e a política monetária mais restritiva adotada. As incertezas relacionadas à situação fiscal também devem afetar a confiança dos agentes e a atividade econômica.

No médio prazo, a expectativa é de um ambiente de maior estabilidade econômica, com retomada da confiança dos agentes e maior expansão do PIB. As taxas previstas, porém, foram reduzidas por conta das taxas de juros mais altas e da maior incerteza fiscal.

O documento ressalta ainda que há riscos importantes para a concretização dos cenários, como a evolução da pandemia, o eventual surgimento de novas variantes do vírus com novas ondas de contaminações e restrições, além de questões fiscais, incertezas políticas e econômicas.

Pela segunda revisão quadrimestral, a carga atingiria 79.963 MW médios em 2025, valor que foi revisto para 78.880 MW médios pela nova projeção, 1,4% menor. Em 2026, a carga deve atingir 81.604 MW médios, quando se espera uma alta de 2,5% do PIB.