Com temperaturas amenas e desaceleração econômica, mercado da EDP Brasil recua 1,5% no 4ª tri

Camila Maia

Autor

Camila Maia

Publicado

18/Jan/2022 12:38 BRT

A energia total distribuída pela EDP Brasil no quarto trimestre de 2021 caiu 1,5% na comparação anual, para 6.512 GWh, informou a companhia. No mercado cativo, houve retração de 6,9%, para 3.347 GWh, enquanto no mercado livre as distribuidoras do grupo registraram aumento de 5%, para 3.165 GWh.

Na EDP São Paulo (antiga Bandeirante), o total de energia distribuída recuou 3%, sendo ligeira alta de 0,3% no mercado livre (para 2.048 GWh) e queda de 6,2% no cativo (para 1.908 GWh).

Já a EDP Espírito Santo (antiga Escelsa), houve aumento de 0,9% na energia total distribuída, puxada pelo aumento de 14,9% no mercado livre (para 1.116 GWh), apesar da baixa de 7,8% do cativo (para 1.438 GWh).

Segundo a companhia, o consumo de energia distribuída no trimestre refletiu as condições climáticas mais amenas e a menor recuperação das atividades econômicas na comparação com 2020. No ano, apesar do ambiente econômico desafiador, com altas taxas de juros, inflação, e redução da renda, o consumo de energia foi impulsionado pela retomada das atividades industrial e comercial.

Em 2021, a energia total distribuída pelas concessionárias da EDP cresceu 5,5%, para 26.015 GWh. No mercado cativo, houve ligeiro crescimento de 0,5%, para 13.586 GWh. No mercado livre, o aumento foi de 11,6% no ano passado, para 12.428 GWh.

Em geração de energia, considerando as empresas consolidadas, a EDP Brasil vendeu 1.931 GWh, aumento de 16,1% na comparação anual, decorrente do maior volume de energia vendida na Enerpeixe e na Lajeado, devido a contratos bilaterais estabelecidos no período. 

Considerando projetos não consolidados, como as usinas hidrelétricas de Jari, Cachoeira Caldeirão e São Manoel, e a termelétrica Pecém, o volume de energia vendida cresceu 5,6% no quarto trimestre do ano passado. 

A EDP destacou que, nos últimos anos, sua comercializadora tem operado para fazer a gestão do portfólio energético, atuando em conjunto com as geradoras nas transações de compra e venda de energia. No trimestre, foi mantida essa estratégia, por meio da descontratação ou compra de energia para mitigação de riscos relacionados ao GSF.

O GSF médio do trimestre foi de 66,3%, resultando numa exposição de 594,2 GWh, ao PLD médio de R$ 134,70/MWh no Sudeste/Centro-Oeste. No ano, o GSF médio foi de 73%, uma exposição de 1.800 GWh, ao PLD médio de R$ 279,6/MWh no Sudeste/Centro-Oeste.

Os números da EDP foram considerados negativos em termos de distribuição, porém positivos em geração e comercialização, de acordo com relatório do Credit Suisse. "Acreditamos que os resultados da EDP Brasil devem ser afetados pelos volumes baixos entregues pelas unidades de distribuição, ainda que os resultados de geração possam ser positivos na comparação anual, devido às melhores vendas de energia e aos preços de curto prazo mais baixos", comentaram, em nota, os analistas Carolina Carneiro e Rafael Nagano.