‘A partir de agora, gás será uma mercadoria escassa na Alemanha’, diz ministro da Economia do país

O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, anunciou nesta quinta-feira, 23 de junho, a segunda fase do plano de emergência do gás devido os recentes cortes no fornecimento de gás da Rússia, durante apresentação em Berlim. 

“Atualmente, há uma interrupção no fornecimento de gás, o que está levando a uma deterioração significativa da situação do sistema de gás”, disse o ministro.

Para impedir a escassez, o governo federal alemão planeja encher as instalações de armazenamento de gás em 90% até dezembro. Caso contrário, os tanques não estarão cheios para o inverno. Até agora, de acordo com a Agência Federal de Redes (FNA, na sigla em inglês), que está monitorando a situação da commodity no país, o estoque é de 58%.

Após elevar o nível de risco de escassez de gás para “alarmante”, Habeck declarou que “a partir de agora, o gás será uma mercadoria escassa na Alemanha”. Para diminuir os riscos de desabastecimento, o governo alemão pretende incentivar a indústria e os fornecedores de energia a economizarem gás natural.

Peter Adrian, presidente da Associação das Câmaras de Comércio e Indústria alemãs, declarou que as empresas devem começar uma mudança “célere” em suas fontes.

"Além disso, as empresas devem ser autorizadas a mudar a fonte de energia de gás para óleo de aquecimento ou carvão no curto prazo. Até agora, no entanto, as regulamentações ambientais ficaram no caminho”, disse.

De acordo com o ministro da Economia, o país não quer recorrer ao chamado mecanismo de reajuste de preços, que permitiria os fornecedores repassarem os altos preços de compra do gás natural diretamente aos seus clientes, mesmo com contratos de longo prazo. Porém, o seu uso pode ser “necessário” em situações de colapso no fornecimento de energia.

Ademais, o governo federal alemão pediu aos consumidores que economizarem energia. Caso contrário, o país terá uma crise de gás.