Renováveis devem suprir 80% do sistema energético mundial em 2050, aponta relatório da Statkraft

Jade Stoppa Pires

Autor

Jade Stoppa Pires

Publicado

01/Nov/2022 13:06 BRT

O principal fator para uma transição energética global está na combinação do protagonismo das fontes renováveis com soluções tecnológicas que garantam a flexibilidade do setor, afirma novo relatório da Statkraft Global. A 7ª edição do estudo “Baixas Emissões” também aponta a necessidade de acabar com a dependência dos combustíveis fósseis e analisa as perspectivas da transição energética global até 2050.

De acordo com o relatório, as energias renováveis devem suprir 80% do sistema energético mundial em 2050, retirando uma demanda diária de mais de 20 milhões de barris de petróleo. Além disso, o estudo avalia que as fontes solar fotovoltaica e eólica serão responsáveis por dois terços do total da demanda de energia global até 2050.

“Devemos reduzir as emissões de CO2 em 60% até 2050. Este cenário pode limitar o aquecimento global em 2°C. E uma transição ainda mais rápida é necessária para alcançarmos a meta de 1.5°C”, afirma Fernando De Lapuerta, CEO e diretor presidente da Statkraft Brasil.

Com a invasão russa à Ucrânia, o relatório também aponta que houve uma expansão na busca por renováveis na Europa, e que seria positivo, mas que demanda soluções que equilibrem o fornecimento com as intermitências das fontes renováveis.

“Há diferentes soluções flexíveis para períodos curtos, como as baterias”, afirma o estudo, ressaltando também a importância da fonte hídrica. “Hidrelétrica é uma das poucas soluções capazes de cobrir os requisitos de flexibilidade em longos períodos, como dias e semanas inteiros, e terá certamente um papel preponderante no sistema energético global até 2050”.

O relatório ainda avalia que os preços temporariamente elevados dos metais aumentaram os custos atrelados à energia solar e eólica, mas não afetaram a competitividade destas tecnologias em comparação com as fontes fósseis, cujos preços apresentaram elevação superior ao do início de 2020.

Dessa forma, o estudo afirma ser necessária a expansão da capacidade da energia renovável, assim como a eletrificação da indústria, do transporte e de parte das edificações.