Combustível sustentável de aviação de alcançar produção mundial de 69 bilhões de litros até 2028

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

06/Jun/2023 17:08 BRT

Visto como um combustível que ajudará a reduzir a intensidade das emissões de dióxido de carbono pelo setor aeronáutico, o combustível sustentável de aviação (SAF) deve alcançar mundialmente os 69 bilhões de litros até 2028. A estimativa é da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês). Em 2022, a produção de combustível alcançou os 300 milhões de litros. 

O volume deve ser alcançado por meio da abertura de novas refinarias e a ampliação das existentes. Atualmente, há mais de 130 projetos tocados por 85 produtores em 30 países. Segundo a associação, normalmente, há um intervalo de três a cinco anos entre o anúncio do projeto e a data de comercialização.

“Atingir a produção percentual de SAF necessária em novas instalações e daquelas em expansão não é um dado adquirido. Mas os governos de todo o mundo concordaram em atingir o zero líquido até 2050, e devem compartilham a responsabilidade pela descarbonização da aviação. Isso significa estabelecer uma estrutura política para garantir que a aviação obtenha a parcela necessária da produção de energia renovável no SAF”, afirma Willie Walsh, diretor-geral da IATA.   

Apesar da possibilidade de crescimento, o estudo aponta que o combustível não conta com subsídios, sendo necessários incentivos à produção, como forma de apoiar a transição energética da aviação na diversificação de métodos e matérias-primas disponíveis para a produção de SAF.  

“Com essas duas medidas implementadas com sucesso, podemos ter certeza de que os níveis de produção esperados para 2028 serão alinhados de forma realista com os nossos estudos publicados recentemente para emissões líquidas de carbono zero até 2050. Isso é importante, pois contamos com o SAF para fornecer cerca de 62% da mitigação de carbono necessária em 2050”, afirma Walsh.  

Outro destaque do relatório é a adoção de políticas mundiais para o combustível de aviação na redução de barreiras administrativas, logísticas e geográficas e para a entrada de novos participantes no mercado, incluindo produtores, fornecedores de matérias-primas e compradores.   

“Para promover a produção SAF, há muitas ferramentas testadas e comprovadas, incluindo créditos fiscais, subsídios ou até mesmo investimentos diretos em tecnologias e soluções emergentes. O mercado está aí. As companhias aéreas querem comprar SAF. Qualquer estímulo para incentivar significativamente a produção de SAF será um passo à frente”, conclui Walsh.