Aneel faz alerta que tarifa de energia pode subir 21,04% em 2022

Camila Maia

Autor

Camila Maia

Publicado

12/Nov/2021 19:35 BRT

Categoria

Consumo

As tarifas de energia podem ter reajuste médio da ordem de 21,04% em 2022, devido aos custos das medidas adotadas para enfrentamento da crise hídrica. A projeção consta em um memorando enviado pela Superintendência de Gestão Tarifária da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em 5 de novembro, ao qual a MegaWhat teve acesso.

O documento menciona que o déficit da conta das bandeiras tarifárias deve chegar a R$ 13 bilhões em 2022, o que implicaria em um impacto médio de 6,37% nas tarifas de energia.

Além disso, o leilão emergencial de reserva realizado recentemente deve trazer uma necessidade de cobertura tarifária de R$ 9 bilhões em 2022, equivalente ao impacto médio de 4,49% nas tarifas de energia. 

O documento ressalta ainda que essa estimativa contempla apenas a cobertura econômica do certamente, mas o custo pode ser ainda maior.

"A depender do nível de despacho dessas usinas e do PLD, podem ocorrer custos com a aquisição de combustível que serão percebidos pelas Bandeiras Tarifárias ou pela CVA de cada distribuidora, sendo as diferenças repassadas às tarifas.

O leilão emergencial em questão, realizado em 25 de outubro último, contratou 1.220 MW de potência, ou 778 MW médios de garantia física, ao preço médio de R$ 1.563,61/MWh, para aumentar o fornecimento de energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O abastecimento será destinado aos submercados Sudeste/Centro-Oeste e Sul, regiões com predominância no consumo de energia elétrica. 

O início do suprimento dessas usinas está previsto para 1º de maio de 2022. Os contratos têm duração até 31 de dezembro de 2025. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 5,2 bilhões para agregar aproximadamente 1,2 GW à potência instalada do país.

Temendo que os reajustes tarifários expressivos prejudiquem a arrecadação, as distribuidoras já se movimentam para pleitear um novo empréstimo ao setor elétrico, que será pago em prazo diferido, minimizando o impacto dos custos da crise hídrica de imediato. 

O BNDES está liderando as conversas com os bancos privados sobre o empréstimo, que deve ser de R$ 15 bilhões e com lastro em ativo regulatório, assim como foi a Conta-Covid em 2020.