Agência adverte sobre segurança de planta nuclear da Ucrânia

Jade Stoppa Pires

Autor

Jade Stoppa Pires

Publicado

04/Ago/2022 16:52 BRT

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês), Mariano Grossi, advertiu a comunidade internacional sobre a situação alarmante da planta nuclear de Zaporizhzhya, na Ucrânia. Os últimos relatórios sobre a usina, que está sob controle das forças russas desde março deste ano, apresentam indícios de piora nas condições de trabalho e de segurança da planta.

A agência não foi autorizada a visitar a usina de Zaporizhzhya desde o conflito entre Rússia e Ucrânia e, portanto, não pode confirmar ou negar os relatórios sobre a situação da planta. Mesmo assim, Grossi afirma que tem tentado discutir com as partes envolvidas sobre a necessidade de uma missão técnica para avaliar as condições da usina e empreender atividades essenciais de segurança.

“Desde o início do conflito militar na Ucrânia, a IAEA vem advertindo sobre o risco de um severo acidente nuclear em um país que possui 15 reatores e quatro plantas nucleares em operação. À luz dos recentes relatórios não confirmados sobre os eventos na usina de Zaporizhzhya ou próximos a ela, estou bastante preocupado sobre esse perigo real, com potenciais consequências”, afirmou o diretor-geral sobre a situação na Ucrânia, no final de julho.

Com foco na situação nuclear da Ucrânia, o Grossi abriu a Conferência de Revisão do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares da Organização das Nações Unidas (ONU) reafirmando a necessidade do compromisso internacional de não-proliferação e de segurança nuclear. A conferência foi realizada nesta segunda-feira, 1º de agosto, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

“A energia nuclear está mais segura do que nunca, mas nós estamos sendo testados mais uma vez – dessa vez por uma guerra. A guerra na Ucrânia está ameaçando um dos maiores programas de energia nuclear do mundo. Enquanto essa guerra continuar, a inação é inconcebível. Se um acidente acontecer na planta nuclear de Zaporizhzhya, nós não teremos como culpar um desastre natural. Nós só teremos a nós mesmos para culpar”, disse Grossi em seu discurso, reafirmando a necessidade de uma missão da IAEA na planta ucraniana.