Brasil atraiu US$ 34,8 bilhões para renováveis e tecnologias de baixo carbono em 2023

Poliana Souto

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Poliana Souto

Publicado

13/Mar/2024 19:53 BRT

O Brasil atraiu cerca de US$ 34,8 bilhões em investimentos ao longo de 2023 para projetos de fontes renováveis, eletrificação de frotas e tecnologias de baixo carbono, entre outros. O dado consta em relatório divulgado pela BloobergNEF.

Conforme levantamento, o país ficou na décima posição no ranking mundial, ficando atrás de países como China, que somou US$ 675,9 bilhões em investimentos, e Estados Unidos, com US$ 341 bilhões, resultado do pacote Inflation Reduction Act (IRA). Cinco países europeus estão no topo da lista e somam quase US$ 400 bilhões.

Globalmente, os investimentos em transição energética somaram US$ 1,8 bilhão em 2023, alta de 17% em relação ao ano anterior. A eletrificação de frotas foi o principal foco dos recursos, ultrapassando as energias renováveis. Já os gastos nos transportes somaram US$ 634 bilhões, crescimento de 8% na mesma base de comparação.

Biodiversidade

O Brasil está entre as prioridades de financiamentos em biodiversidade e pode arrecadar cerca de US$ 1 trilhão em subsídios anuais para preservação de ativos. O dado aparece em estudo da BNEF e, segundo Jon Moore, CEO da entidade, a Amazônia e a Mata Atlântica, por exemplo, podem ser focos de investimentos globais, principalmente daqueles relacionados a venda de crédito de carbono.

Antoine Vagneur-Jones, head of Trade and Supply Chains, destacou, durante apresentação, a importância do projeto de lei responsável por regulamentar o mercado de carbono no Brasil na atração de investimento e a necessidade de o mesmo seguir as diretrizes internacionais. A medida foi aprovada em dezembro do ano passado e aguarda decisão do Senado Federal.

“Caso o projeto seja transformado em lei, é muito importante que o Brasil siga políticas de precificação usadas na União Europeia e em outros locais. Isso pode beneficiar o país”, afirmou.

Kyle Harrison, head of Sustainability Research da BloombergNEF, acrescentou ainda que o Brasil pode aumentar a arrecadação de recursos via mercado voluntário de carbono, ferramenta criada a partir da vontade das empresas e instituições de abaterem as emissões de seus próprios processos.