Aeris prevê demanda de 3GW a 4 GW no Brasil nos próximos 10 anos, diz presidente

Camila Maia

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Camila Maia

Publicado

10/Fev/2021 14:52 BRT

A fabricante de pás eólicas Aeris prevê que a demanda no Brasil continue forte nos próximos anos, com a instalação anual de 3 GW a 4 GW nos próximos 10 anos, disse Alexandre Negrão, presidente da companhia, durante teleconferência sobre os resultados de 2020.

No mercado americano, Negrão espera que as políticas implementadas pelo presidente Joe Biden devem resultar em novas encomendas para a companhia entre 2022 e 2023.

"O pacote de clima do Biden precisa ser aprovado no Congresso, e depois vai virar demanda para o parque, que vira demanda para nosso cliente, que vira demanda para a Aeris", explicou. Além dos Estados Unidos, Negrão lembrou que 75% dos países tinham metas de descarbonização ao fim de 2020. "As nossas perspectivas continuam muito boas, acreditamos que nos próximos 10 anos o setor eólico vai crescer significativamente", afirmou.

Em 2021, a expectativa da Aeris é de forte crescimento da sua receita, e de melhora nas margens da companhia, que foram comprometidas no final do ano passado pelo volume grande de receitas em linhas de produção não maduras (75%). 

Segundo Bruno Lolli, diretor de planejamento e de relações com investidores da companhia, as linhas maduras, que representaram 25% da receita, tiveram margem de 14%, enquanto as linhas não maduras tiveram margens de 6%. "Ao longo de 2021, esperamos que essa proporção melhore", disse Lolli. 

Sempre que há crescimento por meio de novas linhas de produção, a margem fica pressionada para baixo, o que dura de três a quatro trimestres. Isso aconteceu em 2020 com a implementação das novas linhas de produção para pás adequadas a aerogeradores de 4 MW de potência. "Mas, quando isso se estabiliza, produzimos acima da margem mínima em pelo menos dois anos", explicou o diretor.

O retorno sobre o capital investido (ROIC) acabou sendo pressionado no ano passado porque a companhia acelerou os investimentos em capex e capital de giro. "Nosso capital de giro já é suficiente para 2021 e já fizemos mais de 60% do capex. Basicamente, o capital empregado na operação ainda não foi aproveitado, mas vamos ter crescimento da receita e do ROIC em 2021", disse Lolli.