Dynamo e Ronaldo Cezar Coelho assinam acordo de acionistas na Vibra Energia

Rodrigo Polito

Autor

Rodrigo Polito

Publicado

28/Out/2021 13:31 BRT

(Com Camila Maia)

A gestora Dynamo e o empresário Ronaldo Cezar Coelho, gestor do fundo Samambaia, firmaram acordo de acionistas em relação a participação das duas partes na Vibra Energia. Na prática, o documento prevê que as partes votem em bloco em questões relativas à companhia de energia. 

Juntos, eles somam 14,35% do capital social da Vibra, que não tem controle definido e é uma corporation. O acordo foi assinado pela Dynamo, Ronaldo Cezar Coelho e o fundo Samambaia, detido pelo empresário.

Os acionistas afirmam que compartilham de visões convergentes e complementares sobre o processo de transição da Vibra, "com o objetivo de favorecer o crescimento sustentável dos seus negócios."

Pelo acordo, toda e qualquer assembleia geral deve ser precedida de reunião prévia entre a Dynamo e Ronaldo Cezar Coelho para a deliberação em relação à posição que será tomada pelo bloco. Cada acionista terá direito a um voto na reunião prévia, independentemente da sua participação no capital social da Vibra.

“Eventuais impasses entre os acionistas em relação a qualquer matéria submetida a uma reunião prévia serão decididos conforme o voto proferido pela Dynamo”, prevê o acordo.

No caso de eleição de membros do conselho de administração da Vibra Energia, uma reunião prévia desses sócios deverá decidir sobre a apresentação, pelos acionistas, de pedido para adoção do procedimento de voto múltiplo.

Durante a vigência do acordo, o total de ações vinculadas aos acionistas em questão não poderá superar 25% do capital social da Vibra ou 95% das ações estabelecidas no estatuto social da companhia como limite para obrigar uma oferta pública de aquisição das demais ações (conhecida no mercado como cláusula "poison pill", ou pílula de veneno). 

Assim, fica garantido o capital pulverizado da Vibra, sem que um dos acionistas possa formar um bloco de controle.

O acordo assinado terá prazo de validade de 36 meses, podendo ser prorrogado se de vontade dos acionistas.

Aquisições

Desde que foi privatizada, a Vibra vem realizando uma série de movimentos estratégicos para diversificar sua base de ativos e se preparar para a transição energética. O mais representativo deles foi o acordo para aquisição de 50% da Comerc Participações, controladora da MegaWhat, por até R$ 3,25 bilhões.

O negócio, quando concretizado, será feito por meio de um aporte primário de R$ 2 bilhões na companhia de energia, mais uma aquisição secundária de R$ 1,25 bilhão que ainda terá as condições definidas. A aquisição surpreendeu o mercado, uma vez que a Comerc iria precificar, na data do anúncio, sua oferta primária de ações (IPO) na bolsa.