Aprimoramento da regulação é fundamental para fortalecer empresas para transição energética, apontam CEOs

Jade Stoppa Pires

Autor

Jade Stoppa Pires

Publicado

14/Out/2021 19:09 BRT

A transição energética é um tema que atravessa diversos aspectos do setor, desde o uso sustentável das fontes de energia e medidas de governança ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Corporate Governance ), até o aparato jurídico e regulatório a que está sujeita. Nesse sentido, a regulação prevista no processo de modernização do setor elétrico volta ao discurso das empresas, que vêm a questão como fundamental para a promoção de uma transição energética mais segura, estável e equilibrada.

Ricardo Cyrino, CEO da Atiaia Renováveis, afirma que “a regulação passa a ter um papel fundamental para a sustentabilidade do mercado”. Cyrino e outros executivos participaram nesta quinta-feira, 14 de outubro, de painel do Encontro Nacional do Setor Elétrico (Enase), realizado pelo CanalEnergia.

Nesse sentido, o discurso dos executivos foi unânime, sobre as empresas num papel central deste processo, para que ele não ocorra de forma a gerar falhas e gargalos mais profundos e, consequentemente, promova um encarecimento e insustentabilidade.

Para Rui Chammas, CEO da ISA Cteep, as empresas devem servir à transição energética e evoluir sem negar os contratos já existentes. “É fundamental que a regulação evolua a cada momento, ao mesmo tempo em que é fundamental que a gente guarde o respeito aos contratos e às regras vigentes”, disse Chammas.

Na mesma linha, Nicola Cotgno, presidente da Enel Brasil, afirma que “a regulação brasileira é suficientemente boa, mas, como em todos os países, precisa evoluir. As soluções precisam ser harmonizadas”.

E esse seria, justamente, um dos desafios enfrentados pelo setor elétrico brasileiro, cujas soluções são urgentes, de acordo com os empresários, e demandam uma maior celeridade nas questões regulatórias e de licenciamento ambiental.

“Não teremos uma transição boa com empresas fracas”, destaca Walfrido Avila, presidente da Tradener. O posicionamento de Avila foi compartilhado pelo CEO da Neoenergia, Mario Ruiz-Tagle.

“O Brasil precisa de um setor elétrico forte, porque a energia elétrica será o motor do mundo nos próximos anos”, disse Ruiz-Tagle, analisando o mercado e sua importância para o crescimento da economia mundial.