Braskem fala de acordo em Alagoas e indica que provisão "é correta e adequada"
A Braskem realizou teleconferência com analistas nesta quinta-feira, 6 de maio, e mesmo com seus bons resultados operacionais, com lucro líquido na casa de R$ 2,5 bilhões, respondeu a muitas perguntas sobre o evento geológico em Maceió, Alagoas, em 2018, e que provocou rachaduras e afundamento do solo.
A empresa fechou dois acordos de reparação, um ambiental e outro social, em dezembro de 2020, mas o assunto voltou para a pauta de noticiários recentemente. Segundo Pedro Freitas, vice-presidente de Finanças e Relações Institucionais da Braskem, o motivo não seriam os efeitos do afundamento do solo, seja para a população ou ambiental, mas sim, o vazio populacional nas regiões afetadas da cidade.
Ainda sobre o tema, apontou que o montante de R$ 10 bilhões reservados para reparação nos acordos e para o fechamento da mina de sal-gema é adequada e correta, e que não considera uma mudança no valor. “Claro que é uma situação que pode ter mudanças, não temos controle, mas acreditamos que a provisão é adequada e correta, e não pensamos em mudar isso”, disse Freitas.
Da mesma forma, ele declara que a empresa não irá interferir na alocação da provisão a ser realizada pela prefeitura, desde que se o valor seja para benefício da comunidade. “Nós vamos realocar pessoas em área de risco, pessoas em potencial área de risco (...), quando olhamos junto com as autoridades locais, essa não é uma área critica de risco (para a população) é mais uma questão social”, disse.
Sobre esse ponto, Freitas se refere aos quase 2 mil imóveis que estão provisionados no acordo de compensação, mas que não se encontram em área de risco, do total dos 14,3 imóveis previstos no acordo. Até o momento, 6,1 mil propostas teriam sido apresentadas pela empresa, das quais, 99,8% já aceitas.
A empresa declarou que tem realizado o monitoramento do solo e não há identificação de novas áreas de risco, além das mapeadas e previstas nos acordos.
Resultado Braskem
A empresa havia registrado um prejuízo de R$ 3,65 bilhões no primeiro trimestre de 2020, revertendo para um lucro líquido de R$ 2,494 bilhões nos três primeiros meses deste ano. Já o resultado operacional recorrente foi de R$ 6,943 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 23% na comparação com o mesmo período do ano anterior.