Raízen vê potencial para crescimento do etanol de segunda geração

Natália Bezutti

Autor

Natália Bezutti

Publicado

16/Mai/2022 18:23 BRT

Categoria

Empresas

O início da safra 2022/2023 apresentou um cenário de preços bastante atrativos para o etanol, o que refletiu na aceleração das vendas e na melhora da rentabilidade, apontou a empresa durante teleconferência de resultados com analistas nesta segunda-feira, 16 de maio.

“Quero destacar os avanços importantes que tivemos no desenvolvimento do nosso portfólio e na ampliação da oferta de produtos renováveis. Anunciamos mês passado a construção da segunda planta de etanol de 2.a geração no parque de bioenergia de Bonfim, com 91% da capacidade já direcionada para um contrato de longo prazo, com preços fixos em euros, sustentando ótimo prêmio e retorno”, disse Ricardo Mussa, CEO da companhia.

O portfólio único de etanol da companhia acaba sendo utilizado para diferentes aplicações, sendo que 75% são destinados para exportação. A exportação permanece alta por conta do atendimento de álcool gel, combustível e bioplástico, segmentos considerados fortes pela Raízen e com preços altos.

“Se tivéssemos ainda mais produção aqui, estaríamos exportando ainda mais. Só não é 100% devido aos incentivos fiscais que temos localmente”, completou o CEO.

Sobre a Biosev, com transação concluída em agosto de 2021 por R$ 3,6 bilhões, a Raízen também vê grande potencial de melhoria, pelo seu portfólio atual. Para armazenamento, a empresa ainda enxerga necessidade de investimento para alcançar preços melhores.

“Pensando nos próximos dois anos teremos margens muito maiores do que temos agora na carteira da Biosev, porque eles não estão tão protegidos quanto nós estávamos. Isso foi sorte. Porque nós acreditamos na nossa estratégia de hedge, mas isso agrega muito à carteira. Então, a nossa estratégia está no caminho certo, 30% indo aos destinos e daqui a dois anos isso deve chegar a 90% indo direto para o consumidor final”, completou Mussa.

Em biogás, a Raízen planeja iniciar obras na próxima safra, com investimento de aproximadamente R$ 300 milhões e capacidade de produção de 26 milhões de m³ de gás natural renovável por ano.