Especialistas apontam que desenvolvimento tecnológico e perspectiva da demanda são fundamentais para a transição energética

Jade Stoppa Pires

Autor

Jade Stoppa Pires

Publicado

02/Jul/2021 14:32 BRT

“Como evitar um desastre climático: As soluções que temos e as inovações necessárias” é o título do livro publicado por Bill Gates em fevereiro deste ano e que foi debatido no último painel do evento da MegaWhat, Do Apagão à Transição, como os apontamentos para o que pode ser a necessidade de um futuro sustentável e o papel do setor energético nesse futuro, focando sobretudo no Brasil e em suas inovações.

Para Ana Carla Petti, co-CEO da MegaWhat, “a matriz elétrica brasileira é já muito limpa e renovável, então a gente pergunta como o Brasil pode participar desse movimento de transição energética”, ao que ela ressalta, ainda, o fato de que as hidrelétricas, responsáveis pela maior porcentagem da matriz elétrica do país (68%), não são necessariamente sustentáveis, visto que emitem CO2 em alguns de seus processos e têm impactos socioambientais graves, como o deslocamento de comunidades devido a suas áreas alagadas.

A partir desse questionamento, a discussão sobre a atual transição energética se concentrou no papel da demanda, que tem tomado cada vez mais espaço nos debates do setor de energia, e da tecnologia como possível impulsionador de mudanças. Os painelistas Pedro Rodrigues, diretor do CBIE, e Luis Barroso, CEO da PSR Energy, concordam que o desenvolvimento tecnológico representa um papel de destaque na questão e tem função transformadora até mesmo na demanda, a qual deve, ainda, passar por mudanças e agregar uma maior conscientização por parte do consumidor.

Por fim, a co-CEO da MegaWhat, Larissa Araium, fechou a discussão com o atual debate sobre o hidrogênio verde e a realidade do momento, questionando um futuro otimista em relação a essa nova tecnologia, ao que ela entende como uma das possibilidades positivas e sustentáveis para um futuro de médio a longo prazo.