ONS contrata Lactec para estudos hidrológicos em bacias do SIN

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) contratou o Lactec para consolidar a revisão das séries de vazões naturais de aproveitamentos hidrelétricos do Sistema Interligado Nacional (SIN) nas regiões Sul e Sudeste, que concentram 100 reservatórios de hidrelétricas, com área de drenagem de aproximadamente 1,4 milhão de quilômetros quadrados.

A área de estudo, que ficou sob responsabilidade do instituto, envolve as bacias dos rios Paraná, Paranapanema, Tietê, Grande, Paranaíba, Paraguai, Capivari, Iguaçu, Itajaí, Antas, Jacuí, Uruguai e Ijuí. As análises, já iniciadas, irão se estender ao longo de 20 meses. 

Segundo o coordenador do projeto e pesquisador da área de Meio Ambiente do Lactec, João Paulo Jankowski Saboia, o estudo vai mostrar as alterações naturais ou antrópicas das bacias, considerando as mudanças climáticas, alterações no uso da terra e crescimento das cidades, “que modificam a dinâmica de escoamento da água até as calhas dos rios”, afirmou.

As atualizações servem de subsídio ao planejamento e operação do SIN, além de servirem para atualização do Plano de Ação para Revisão das Garantias Físicas das Usinas Hidrelétricas, que prevê revisões a cada cinco anos, proposto pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e de responsabilidade do operador.

“A realização da consistência e da reconstituição das séries de vazão natural é de fundamental importância para a atividade de planejamento dos usos dos recursos hídricos, em particular, no caso do setor elétrico, para o planejamento da operação e expansão da geração hidroelétrica, pois os riscos na gestão do SIN dependem essencialmente dessa variável, já que a geração hidroelétrica representa mais de 60% de sua capacidade instalada”, justificou o ONS no termo de referência para a contratação dos estudos. 

Ainda de acordo com operador, mesmo com a crise hídrica de 2021 e com o aumento da participação da fonte eólica, cerca de 70% do total de energia média produzida nos últimos três anos foi de origem hidrelétrica. “Em condições hidrológicas normais, essa participação é da ordem de 85%”, acrescentou.