Brasil reinjeta 49% da produção de gás natural no primeiro trimestre de 2022

Poliana Souto

Autor

Poliana Souto

Publicado

28/Jun/2022 18:43 BRT

O Brasil reinjentou 49% de sua produção de gás natural em abril de 2022, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os dados foram divulgados em um seminário realizado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) nesta terça-feira, 28 de junho, para debater a transição do país ao Novo Mercado de Gás.

Segundo Helio Bisaggio, superintendente da Agência, foram produzidos em média 134 milhões de metros cúbicos por dia em 2021, onde 52 milhões chegaram ao mercado.

Para Bisaggio, o grande gargalo do setor é aproveitar o potencial de produção nacional. “Temos muito espaço para crescer no Brasil, para pelo menos igual [ao patamar da América Latina]. Não sei se vamos igualar porque a nossa matriz [energética] é limpa, mas temos espaço para crescer com certeza”, declarou. 

Novo Mercado de Gás

O diretor da ANP Fernando Moura também esteve presente no evento e ressaltou que para surgir um novo mercado de gás é necessários dois pilares: regulação e harmonização entre União e os Estados.

"Toda vez que conseguirmos sentar à mesa e dialogar dentro dessa perspectiva de harmonização e tentar aproximar as legislações federal e estadual, temos um ganho gigantesco", disse Moura

Para o superintendente da Agência, um dos primeiros passos para um novo mercado de gás é o desinvestimento da Petrobras, que já resultou, segundo ele, em uma redução da produção “verticalizada”. De acordo com Bisaggio, entre janeiro e março deste ano a petroleira forneceu 84,2 % de gás não-termelétrico, ante os 98,7% de 2021. 

A ANP estima que os novos fornecedores de gás natural devem cobrar 90,5% do preço da Petrobras aos seus clientes no mercado livre e distribuidoras.

Em vídeo gravado e transmitido no início do seminário, o ministro de Minas e Energia (MME), Adolfo Sachsida, afirmou que“ o Brasil já é o sétimo produtor de petróleo do mundo e deve subir duas posições até o final da década. Esperamos um aumento de 75% da produção atual”.