Termelétrica a Carvão

O que é: usina que utiliza energia térmica a partir da queima de carvão mineral para produzir energia elétrica.

Como funciona: a queima do carvão faz aquecer uma caldeira com água, transformando-a em vapor. O vapor movimenta uma turbina que, por sua vez, aciona um gerador, produzindo energia elétrica. As termelétricas utilizam o que é conhecido como carvão vapor, ou não coqueificável – coqueificação é um processo pelo qual o carvão mineral, submetido a temperaturas elevadas na ausência de oxigênio, libera os gases presentes em sua estrutura, resultando no coque, muito utilizado na indústria siderúrgica.

Histórico: o carvão mineral foi por muito tempo a principal fonte de energia do mundo. O carvão, por exemplo, serviu de base para os países pioneiros no processo de industrialização, como a Inglaterra, a Alemanha, os Estados Unidos e a França. Com o desenvolvimento da indústria automotiva, o carvão perdeu o posto de fonte de energia mais utilizada no mundo, para o petróleo. Em 1880, quase a totalidade da energia consumida no mundo era proveniente do carvão. Sua participação na matriz energética mundial foi decrescendo até que alcançou cerca de 20% do total no início do Século XXI.

No Brasil, segundo informações da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), o consumo nacional aumentou consideravelmente por ocasião da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), e teve um segundo impulso com a implantação, pelo governo de Getúlio Vargas, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Com a expansão da indústria siderúrgica – e a política de substituição de importações imposta na década de 1970 – o carvão mineral tinha muita demanda no país, mas a desregulamentação e a política de abertura de importações promovida pelo governo Fernando Collor no início da década de 1990, levou o carvão mineral a depender da geração termelétrica – que nunca foi ampla no Brasil, já que a base sempre foi hídrica.

As últimas usinas a carvão implantadas no Brasil foram Candiota III, da CGTEE, subsidiária da Eletrobras, com operação iniciada em 2011, com 350 MW de potência, Pecém I, da EDP, em 2012, com 360 MW, e Pecém II, da Eneva, também com 360 MW, em 2013.

Em 2014, a Engie negociou energia para a térmica Pampa Sul, com previsão de entrar em operação em meados de 2019.

É bom saber também: O grande desafio atual para a termoeletricidade a carvão no mundo é o seu efeito para o aquecimento global, por meio de emissões de gases do efeito estufa. Grandes companhias, contudo, desenvolvem pesquisas para encontrar formas menos poluentes, e ao mesmo tempo viáveis economicamente, de gerar energia elétrica a partir do carvão, como a “clean coal technology” (CCT).

A CCT é, na verdade, um conjunto de tecnologias que estão sendo desenvolvidas para tentar reduzir o impacto ambiental da geração de energia e incluem técnicas como a gaseificação, e a captura e armazenamento de carbono, entre outras.