Usina Nuclear

O que é:  tipo de usina termelétrica que utiliza a reação de fissão nuclear para produzir energia térmica, com o uso de elementos químicos, como o urânio ou o plutônio, que depois será transformada em energia elétrica. A fissão nuclear consiste na quebra do núcleo atômico, formando outros dois núcleos menores mais leves.

Como funciona: a operação de uma usina nuclear é semelhante ao de uma termelétrica convencional. O calor gerado pela fissão do urânio em um reator nuclear produz o vapor d’água numa caldeira, que aciona uma turbina acoplada a um gerador de energia elétrica.

Outra forma de geração de energia nuclear seria a partir da fusão de dois ou mais núcleos atômicos a partir do hidrogênio. O problema é que, até hoje, não se encontrou uma forma de controlar a fusão nuclear, operação que pode produzir grande quantidade de energia.

Histórico: a fissão nuclear foi descoberta em 1939. A primeira reação em cadeia foi alcançada em 1942, na Universidade de Chicago. A energia nuclear ganhou importância a partir da década de 1970, após o choque internacional do petróleo, que levou os países a buscarem fontes alternativas de geração de energia elétrica.

De acordo com a Associação Nuclear Mundial (WNA, na sigla em inglês), em meados da década de 1980 a participação da fonte nuclear na produção mundial de energia elétrica era de 17%. Em 2014, a participação era de 11% do total gerado no mundo, atrás do carvão mineral e do gás natural. A fatia se tornou menor, entre outras razões, por causa da diversificação da matriz energética, com o avanço de outras fontes, como eólica e solar.

O setor de energia nuclear mundial registrava forte expansão em 2010. No ano seguinte, no entanto, o acidente ocorrido na central de Fukushima Daiichi, no Japão, atingida por um forte terremoto, seguido por um tsunami, fez com que a maioria dos países suspendesse seus respectivos programas de expansão da geração nuclear. O próprio Japão desligou todas suas centrais e vem religando-as paulatinamente, o que fez do país dependente de importação de outras fontes de energia.

Cinco anos depois, o crescimento da geração de energia nuclear foi retomado, com aperfeiçoamento em questões de segurança. Em 2014, 62 novos reatores se encontravam em construção no mundo.

No Brasil, a operação de Angra 1 e Angra 2 inicialmente ficou a cargo de Furnas, uma das subsidiárias de geração da Eletrobras. Em 1997, na esteira da reorganização do setor elétrico, o governo transferiu de Furnas para a Eletronuclear a operação das duas usinas, bem como a responsabilidade de iniciar a construção de Angra 3, bem como operar a usina quando concluída. A Eletronuclear é resultado da fusão da diretoria de Energia Nuclear de Furnas com a Nuclen – Nuclebras Engenharia, empresa que possuía a tecnologia do projeto de Angra 2 e Angra 3.

Primeira usina nuclear, Angra 1 (640 MW) teve suas obras iniciadas em 1972 e entrou em operação em 1985. A usina possui tecnologia da americana Westinghouse. A segunda, Angra 2 (1.350 MW), teve as obras iniciadas em 1976, mas só entrou em operação em 2000.

A terceira, Angra 3, também de 1.350 MW, iniciou as obras em 1948, sendo paralisadas em 1986. Os equipamentos adquiridos foram armazenados por décadas, até o reinício das obras, em 2010. No entanto, investigações de combate à corrupção a partir da Operação Lava-Jato, encontraram irregularidades nas obras de Angra 3, que foram paralisadas.

De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2026, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a usina está prevista para entrar em operação em 2026. Angra 2 e Angra 3 possuem tecnologia desenvolvida pela alemã Siemens.

É bom saber também: o governo federal cogita a expansão da oferta de energia nuclear. Em 2008, o então ministro de Minas e Energia Edison Lobão chegou a falar na possibilidade de se construir “uma usina por ano nos próximos 50 anos”, mas na prática, os planos de retomada preveem a construção de quatro novas centrais. A decisão ainda depende da conclusão de Angra 3, entre outros pontos.