Oliveira Energia estuda participar de leilão de privatização da CEA, mas vê insegurança jurídica

Rodrigo Polito

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Rodrigo Polito

Publicado

12/Mai/2021 17:17 BRT

A Oliveira Energia estuda participar do leilão de privatização da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), previsto para ocorrer em junho. A empresa, que já acessou o “data room” com informações sobre o negócio, vê sinergia do ativo com as duas concessionárias que já possui, no Amazonas e em Roraima. O grupo, porém, entende ser importante eliminar insegurança jurídica relativa à concessão de energia elétrica do Amapá.

“Estamos analisando com todo o cuidado. Já estamos com uma assessoria jurídica e uma assessoria econômico-financeira fazendo essa análise do data room. A CEA faz sentido para o grupo Oliveira Energia, na medida em que há total sinergia. Já estamos familiarizados com esse tipo de concessão. Mas é muito importante que sejam solucionadas as assimetrias das concessões existentes que estão sob nossa titularidade”, afirmou Gustavo de Marchi, presidente do conselho de administração da Oliveira Energia, à MegaWhat.

O executivo, que foi eleito recentemente para o conselho de administração da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), ressaltou ainda ser importante haver um tratamento para a insegurança jurídica causada pelo apagão ocorrido no Amapá em novembro de 2020. Apesar de a CEA não ter sido a responsável pelo incidente, a companhia acaba ficando sujeita a processos na Justiça, por causa de sua relação direta com o consumidor.

Renegociação de dívida

Um importante passo para o processo de privatização da CEA foi dado ontem, com a aprovação do acordo de renegociação da dívida da empresa pelos principais credores: a BR Distribuidora, a Petrobras e a Eletronorte. Com isso, a dívida da elétrica deverá cair de aproximadamente R$ 2,3 bilhões para cerca de R$ 1,1 bilhão, tornando a empresa atrativa para o leilão.

“É importante esta definição do endividamento da CEA perante a Eletronorte e também com os demais credores relevantes, todavia, muito nos preocupa o endividamento total da empresa face às características desafiadoras da concessão, principalmente perante os riscos crescentes advindos do apagão”, completou o executivo.