Com mesa de comercialização de gás, Eneva oferece flexibilidade de olho em térmicas

Maria Clara Machado

Autor

Maria Clara Machado

Publicado

12/Mar/2024 18:21 BRT

Categoria

Óleo e Gás

Com um terminal de gás natural liquefeito (GNL) com capacidade remanescente de 15 milhões de m³ e conexão à rede da Transportadora Associada de Gás (TAG), a Eneva anunciou nesta terça-feira, 12 de março, a Mesa de Operações de Gás Natural, durante o evento Sergipe Day, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro.

O novo negócio está baseado no Hub Sergipe e já tem dois contratos de fornecimento assinados, sendo um firme com cliente industrial previsto para o segundo semestre deste ano e outro com uma usina térmica vencedora de leilão com capacidade de entrega a partir de 2026 e duração de 15 anos. Os acordos firmados preveem fornecimento de até 1,1 milhão de m³ por dia a partir do início de suas vigências.

Segundo o diretor de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva, Marcelo Lopes, o novo negócio oferecerá uma forma de contratação flexível, em que os clientes pagam um encargo de opção que vai remunerar a Eneva pela disponibilidade de gás armazenada no terminal. Quando houver necessidade de uso do combustível, o cliente pagará uma receita variável, correspondente ao volume efetivamente entregue.

“O grande foco é o mercado termoelétrico, que é difícil de saber quando vai precisar do gás. Existe uma volatilidade que não casa com a oferta, e daí o valor e a importância que a gente vê de produtos de flexibilidade como este que a gente vai oferecer a partir do Hub Sergipe”, explicou o diretor.

Para formatar negócio, a Eneva tem trabalhado na formação do arcabouço contratual e nas questões fiscais “desde o ano passado”, segundo Lopes.

A Eneva também pretende oferecer gás natural na modalidade spot, a partir do estoque armazenado na unidade flutuante de armazenamento e regaseificação de gás natural (FSRU) Energos Nanook, que tem capacidade total de armazenar 170 mil m³ por dia e de regaseificar 21 milhões de m³ de GNL por dia.

“O terminal tem uma capacidade remanescente de 15 milhões de m³. Muito provavelmente a gente não vai conseguir vender tudo em produto de flexibilidade, a gente não acredita que tem essa demanda toda. Mas a gente vai ter uma oferta bem razoável”, disse Marcelo Lopes.

O investimento para a conexão do Hub Sergipe à malha de gás, que possibilitou o surgimento da mesa de comercialização, é de cerca de R$ 340 milhões e está sendo realizado pela TAG, a partir de um contrato de longo prazo com a Eneva, segundo o executivo.

Para ele, com o negócio a Eneva antecipa a implementação de um hub de gás no estado de Sergipe, que deve se intensificar com o projeto Sergipe Águas Profundas, da Petrobras, previsto para entrar em operação em 2028, mas que tem enfrentado dificuldades com fornecedores.