Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS)

O que é a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS): é uma região com muitas nuvens associadas a chuvas; ora fortes, ora intermitentes; que persiste por no mínimo quatro dias e podem causar grandes transtornos como alagamentos, desabamentos e transbordamento.

É uma faixa de nebulosidade de orientação noroeste/sudeste que se estende desde o sul da região amazônica até a região central do Atlântico Sul, identificável na composição de imagens de satélite.

Zona de Convergência do Atlântico Sul são sistemas típicos do verão e correspondem a uma grande porção do volume de chuva que ocorre durante um ano na maioria das áreas do Norte, do Nordeste, do Centro-Oeste e do Sudeste.

Em outras palavras, trata-se do principal sistema encarregado da ocorrência de chuvas regulares em quase toda a região central e sudeste do Brasil durante a estação das chuvas.

Como funciona a Zona de Convergência do Atlântico Sul: em geral, elas atuam em média por um período de quatro a 10 dias e pode representar grande parte da chuva do trimestre mais chuvoso do ano – o que para o setor elétrico representa aumento das vazões, e consequentemente dos níveis de armazenamento dos reservatórios.

Como se forma as ZCAS: Quando se forma, uma extensa faixa de nuvens carregadas persiste sobre o Brasil por vários dias consecutivos, cruzando o país do Amazonas ao Rio de Janeiro.

A formação da ZCAS ocorre sobretudo entre o final da primavera e o verão e pode abranger uma posição mais a sul ou mais a norte em relação à média, que normalmente alcança desde a Amazônia até as regiões Centro-Oeste e Sudeste quase por completas. Na posição mais a sul que o normal pode incluir os estados do Paraná e Santa Catarina, enquanto que mais a norte influencia o oeste da Bahia e o sul do Piauí e do Maranhão.

Histórico: as chuvas provocadas pela ZCAS foram uma das responsáveis pelas enchentes e deslizamentos de terra no Rio de Janeiro em 2011, que deixaram mais de 900 vítimas fatais. Foi um dos maiores desastres naturais do país, atingindo locais como a região serrana do  Rio de Janeiro (especialmente as cidades de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis). 

Por outro lado, a ausência da ZCAS entre 2014 e 2015 favoreceu uma condição de seca no Sudeste, contribuindo com a crise hídrica na região. A irregularidade do fenômeno está relacionada às mudanças climáticas, com sua formação desfavorecida em anos de El Niño, como ocorreu em 2015.

É bom saber: fenômenos de escala global como El Niño e La Niña interferem na formação da ZCAS. De forma geral, em anos de El Niño, a formação da ZCAS é dificultada, o que não significa que o fenômeno não ocorra. Já a La Niña facilita a organização da ZCAS.