Após a comercializadora Vega Energy ter revelado que enfrenta dificuldades para honrar milhões de reais em compromissos assumidos no mercado de energia elétrica, o setor teme quebra generalizada de empresas. O tema foi abordado pela reportagem da revista IstoÉ Dinheiro desta semana. A matéria explica que a alta de preços de energia no último mês surpreendeu a Vega, que ficou com uma exposição de R$ 200 milhões. A companhia havia negociado expressivo volume de energia para entrega em 2019, mas alegou não ter condições de cumprir com os contratos no momento, devido à disparada dos preços, causada pela falta de chuva na região das hidrelétricas. Quando as hidrelétricas não são capazes de gerar energia, acionam-se as termelétricas, o que encarece o preço final do insumo.
A revista informa que mais de 50 empresas que compraram energia da comercializadora e revenderam para terceiros poderão ficar sem insumo para entregar a seus clientes e, para cobrirem o rombo precisarão ir ao mercado adquirir energia a preços ainda maiores. Para evitar um efeito cascata, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) suspendeu a autonomia da Vega Energy para registrar contratos. Mesmo assim, o risco ainda assombra o mercado.
O presidente da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos, foi um dos entrevistados pela reportagem. Segundo ele, para equacionar o problema de fundo do impasse em que se encontra o setor, atualmente, será necessário rever as garantias físicas de todas as usinas, ou seja, o volume real que a hidrelétrica pode entregar ao mercado. Com base na quantidade gerada nos últimos anos, algumas teriam esses valores rebaixados. “Ninguém quer mexer neste vespeiro porque isso vai fazer com que o valor das usinas seja menor numa eventual privatização”, afirma Vlavianos.
Para o presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Salles, se nada mudar, a conta do GSF (sigla em inglês para risco hidrológico), problema que levou à excessiva exposição da Vega, deve chegar a R$ 22 bilhões neste ano. “As hidrelétricas não têm como arcar com esse valor, nem mesmo as gigantes”, enfatiza.
Mercado livre de energia busca crescimento
O site Ambiente Energia aborda as perspectivas de crescimento para o mercado livre de energia neste ano, quando começará a vigorar a redução dos limites de demanda para os consumidores. O tema já foi pauta de outras publicações no início desta semana. O texto explica que, atualmente, quem possui demanda superior a 3 MW pode sair do mercado cativo (que no estado é alimentada por distribuidoras como a CEEE-D e a RGE) e escolher de quem comprar energia, independentemente da fonte selecionada (térmica, hídrica, eólica etc.). O consumidor com demanda entre 0,5 MW e 3 MW também pode optar pelo mercado livre, desde que adquira energia renovável (como eólica, biomassa ou de pequenas centrais hidrelétricas).
Em 28 de dezembro, o Ministério de Minas e Energia (MME) estipulou a redução do limite de carga para a contratação de energia de qualquer tipo de fonte, o que pode baratear o custo da eletricidade. A partir de 1° de julho de 2019, o limite será de 2,5 MW, e, a partir de janeiro de 2020, haverá nova redução, para 2 MW. Para o diretor comercial da Comerc Energia na região Sul, João Aramis, a perspectiva para o mercado livre em 2019 é positiva, pois os consumidores estão mais informados sobre os benefícios da migração de um ambiente para outro, como a previsibilidade orçamentária e a diminuição de custos.
Governo federal planeja realizar 24 leilões de concessões em março
O portal de notícias O Globo informa que o governo federal pretende realizar, em março, 24 leilões de concessões em vários setores, como portos e aeroportos, segundo declaração do secretário do Programa de Parcerias de Investimentos, Adalberto Vasconcelos, presente em evento sobre privatizações no setor elétrico, que está sendo realizado no BNDES.
Na mesma ocasião, o presidente da instituição, Joaquim Levy, disse que a venda de ativos não visa apenas ao equilíbrio fiscal, mas sim, à mudança real na economia. Levy citou a venda das seis distribuidoras de energia das regiões Norte e Nordeste, que permitiu uma redução em dívidas de R$ 9,3 bilhões e vai proporcionar investimentos de R$ 6,7 bilhões para as empresas, com melhoria da qualidade dos serviços de distribuição de energia.
Aneel aprova operação comercial da segunda turbina da UHE Baixo Iguaço
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou a operação comercial da segunda turbina de 116,7 MW da Hidrelétrica Baixo Iguaçu, localizada entre os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, no Paraná. A usina pertence ao consórcio formado pelas empresas Neoenergia e Copel. A informação foi publicada hoje (08/02), no Diário Oficial da União, e divulgada pelo Canal Energia.
Reservatórios do nordeste fecham semana acima de 42%
Os reservatórios do Nordeste não apresentaram alterações no volume em relação ao dia anterior, permanecendo com 42,1%, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) relativos à última quinta-feira (07/02). A usina Sobradinho opera com 36,09% de sua capacidade.
No Sudeste/Centro-Oeste, os níveis cresceram 0,1% e os reservatórios funcionam com 26,1%. Seguindo a tendência dos últimos dias, o Norte do país registrou aumento de 0,2% nos níveis, chegando a 32,1% da capacidade. Por sua vez, a região Sul foi a única do país a apresentar redução na capacidade de armazenamento, que caiu 0,6%, fazendo o subsistema diminuir para 40,2%. A informação foi publicada pelo Canal Energia.
Replan: produção na maior refinaria do país registra pior desempenho em 19 anos
Relatório da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que a Replan, em Paulínia (SP), teve queda de 35% no refino de petróleo após a explosão seguida de incêndio que atingiu a unidade, na noite de 20 de agosto de 2018. De acordo com o relatório, foi a menor produção em pelo menos 19 anos, período em que os dados são disponibilizados pela Agência. A notícia foi publicada pelo portal G1/O Globo.
PANORAMA DA MIDIA
Rio de Janeiro: dez pessoas morreram e três ficaram feridas em incêndio no Centro de Treinamento (CT) do Flamengo, na manhã desta sexta-feira (08/02), no Rio de Janeiro. Segundo o portal O Globo, o incêndio atingiu a ala mais velha do CT, que servia de alojamento para as categorias de base e recebia jogadores de 14 a 17 anos de idade. As vítimas estavam dormindo no momento do incêndio, o que teria contribuído para a tragédia. Os bombeiros foram acionados às 5h17 e os feridos foram levados para o hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.