A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) prepara pacote de medidas para aumentar a segurança no mercado livre de energia, em reação aos calotes de comercializadoras que venderam energia sem lastro.
De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, em sua edição de hoje (01/03), o objetivo da Aneel é impedir que comercializadoras com capital social mínimo de R$ 1 milhão operem contratos sem limites de alavancagem e sem a obrigação de apresentar garantias. Segundo o diretor-geral da agência, André Pepitone, entrevistado pelo jornal, dentro desse pacote de medidas, as liquidações das operações do mercado de curto prazo de energia, hoje realizadas mensalmente, com atraso de dois meses, passarão a ser semanais em 2020.
A questão tem sido abordada pela imprensa nos últimos dias, desde que duas comercializadoras, Vega e Linkx, comunicaram aos clientes que não entregariam a energia vendida porque não tinham contratos que garantissem a entrega. Iriam comprar no mercado à vista (spot), mas a disparada de preços neste início de ano pegou o setor de surpresa.
Chuva fraca faz mercado livre de energia discutir autorregulamentação
A Folha de S. Paulo também aborda a crise no mercado livre de energia, provocada há dias pelas comercializadoras Vega e Linkx, que venderam energia sem lastro. De acordo com o jornal, haveria outras três companhias que enfrentam riscos semelhantes. Não há informação sobre quais seriam essas três comercializadoras. A reportagem ouviu agentes do mercado que se mostraram preocupados com a situação.
“Houve um grande número de empresas que começaram a transacionar nos últimos anos. Agora, precisamos conversar sobre autorregulamentação”, afirmou Alan Zelazo, da Focus Energia. Para o presidente da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos, também ouvido pela Folha, “a autorregulação será para ensinar as companhias a operar dentro de um risco balizado pelo mercado, com parâmetros que as comercializadoras vão obedecer”.
Petrobras vai lançar em três meses pacote para venda de refinarias
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse ontem (28/02), em entrevista à imprensa, que lançará em três meses um pacote de desinvestimento de refinarias para reduzir o pesado endividamento da estatal. A empresa teve lucro de R$ 25,8 bilhões em 2018, o primeiro desde que vieram à tona os escândalos de corrupção da Operação Lava Jato, há quatro anos. Mas o resultado não remunera o capital investido pelos acionistas, comentou Castello Branco, a respeito do resultado financeiro da companhia. Mais informações sobre a entrevista, no jornal O Estado de S. Paulo.
PANORAMA DA MÍDIA
O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2018, com expansão de apenas 1,1% da economia brasileira em relação ao ano anterior, e a reforma da Previdência foram os dois temas em destaque nos principais jornais do país nesta sexta-feira.
O Valor Econômico ressalta que a retomada é a mais lenta da história. O jornal observa que o resultado surpreendeu a maioria dos analistas, que no início de 2018 chegaram a projetar, segundo a mediana das expectativas colhidas pelo Banco Central, alta de quase 3%. A Folha de S. Paulo também trouxe matéria sobre o resultado do PIB de 2018 divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o jornal, o grande desafio do presidente Jair Bolsonaro é transformar a confiança do brasileiro em crescimento econômico.
O Globo, o Estado de S. Paulo e o Correio Braziliense trouxeram matérias sobre a reforma da Previdência, com informações sobre possibilidade de alterações pontuais na proposta original por parte do governo.