O Valor Econômico informa que a comercializadora Bio Energias está renegociando contratos, depois do impacto negativo da virada de preços do mercado livre de energia do início do ano. Ao menos quatro comercializadoras clientes da Bio disseram à reportagem, sob condição de anonimato, terem sido procuradas para renegociar contratos de fevereiro e do restante do semestre.
Segundo fontes do jornal, a Bio Energias ofereceu entregar 20% do contratado de fevereiro a junho. Para alguns clientes, a proposta envolveu apenas a entrega de energia de fevereiro, e foi feita uma promessa de regularização dos montantes vendidos ao longo dos próximos meses, mas não foram apresentadas garantias para isso.
Procurada pelo Valor, a comercializadora disse que “informações relativas a operações de compra e venda de energia possuem caráter estritamente confidencial e a sua divulgação pela Bio Energias ou por terceiros resultaria em violação ao dever de sigilo, sujeitando os envolvidos à reparação dos prejuízos causados, entre outras medidas.” O jornal ressalta que várias comercializadoras estão enfrentando problemas semelhantes e tentando renegociar contratos.
Apagão paralisa a Venezuela
Faltou energia elétrica ontem (07/03) em grandes regiões da Venezuela, inclusive Caracas, a capital. O governo de Nicolás Maduro disse que foi sabotagem contra Guri – a principal barragem de geração de energia elétrica do país. A notícia foi destaque na mídia, ontem e hoje. O Estado de S. Paulo informa que o apagão afetou 23 dos 24 estados venezuelanos. A luz foi cortada em Caracas às 16H50 local (17H50 de Brasília), deixando no escuro amplas regiões da cidade.
Itaipu gera disputa entre Brasil e Paraguai
O jornal O Estado de S. Paulo traz matéria de destaque na editoria de Economia sobre impasse entre Brasil e Paraguai em torno da energia elétrica gerada pela usina de Itaipu. De acordo com a reportagem, a revisão do contrato entre os dois países pode provocar aumento de 40% na tarifa de energia paga pelos consumidores paraguaios.
“Em pleno mês de março, a Eletrobras e a Ande, contraparte paraguaia, ainda não chegaram a um acordo sobre os respectivos valores de contratação da potência disponível pela usina, o que impede o planejamento para este ano. O Brasil quer que o Paraguai contrate 1 mil MW a mais para 2019, mas o Paraguai resiste à proposta por causa do custo político que isso teria para o presidente Mario Abdo Benítez, que assumiu o mandato em agosto do ano passado”, informa o jornal.
PANORAMA DA MÍDIA
O Valor Econômico deu destaque aos indícios de desaceleração da economia internacional em sua edição desta sexta-feira (08/03). Ontem, o comando do Banco Central Europeu (BCE) decidiu que voltará a oferecer crédito barato aos bancos da região. Além disso, adiou para 2020 o que estava previsto para ocorrer a partir de meados deste ano – o aumento da taxa de juros. O jornal informa que o objetivo é estimular empresas e famílias a tomarem empréstimos para reanimar a atividade econômica, que sofreu forte desaceleração em 2018 e cujas projeções para 2019 mostram corte de quase 50% no ritmo de crescimento.
Outros indícios citados pelo Valor: (1) na quarta-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu, de 1,8% para 1%, a expectativa de expansão da zona do euro neste ano; (2) a inciativa do BCE está em linha com as revisões, para baixo, das projeções de crescimento das principais economias; (3) acompanha, também, decisões recentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e do BC da China de afrouxar a política monetária para tentar estimular o crescimento.
Polêmicas da política doméstica e o dia internacional da mulher, comemorado hoje (08/03), ocuparam as primeiras páginas do jornal carioca O Globo e dos paulistas, Folha e Estado. A Folha de S. Paulo destaca que 71% dos crimes contra a mulher, praticados em janeiro deste ano, têm como autores seus parceiros ou ex-companheiros.
O Estado de S. Paulo deu manchete sobre declaração feita ontem, pelo presidente Jair Bolsonaro, de que “democracia depende dos militares”. Em seu editorial – “Quebrando louças” –, o jornal critica as declarações do presidente. O Correio Braziliense também focou declarações feitas ontem por Bolsonaro, ao pedir “sacrifício a militares na Previdência”.
O jornal O Globo lançou a plataforma Celina, para debates e reportagens sobre questões de mulheres, gênero e diversidade. Celina Guimarães Viana, a primeira eleitora do Brasil, inspirou o nome da plataforma.