O jornal O Globo traz, em sua edição desta quarta-feira (13/03), duas matérias sobre energia elétrica. O destaque é para o aumento de tarifas aprovado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o Rio de Janeiro: alta de 11,52% para os consumidores residenciais da Light e 9,72% para os clientes da Enel Distribuição Rio, que atende Niterói, Região dos Lagos e norte fluminense.
A reportagem informa que nos últimos dez anos, a fatura paga pelo carioca mais que dobrou. De 2009 até agora, a tarifa da Light saltou 105,9%, percentual muito acima da inflação do período, de 71%. Para os consumidores industriais da Light, o aumento médio será de 10,2%. No caso da Enel Rio, esse grupo de consumidores terá alta de 9,65% nas suas tarifas. Os reajustes entram em vigor na próxima sexta-feira (15/03) para as duas empresas.
Setor elétrico precisa de mudança estrutural
O jornal O Globo traz uma segunda matéria sobre energia elétrica, com foco na necessidade de mudanças estruturais para o setor. A reportagem ouviu analistas e agentes do mercado, para os quais, enquanto essas mudanças não forem implementadas, o consumidor continuará a arcar com reajustes na conta de luz bem acima da inflação.
Os entrevistados ressaltam que as principais causas para os aumentos têm sido o uso de termelétricas, com custo maior de geração de energia, e o chamado risco hidrológico. No caso do Estado do Rio, outro fator que pesa na tarifa é o volume elevado de furto de energia.
Para o presidente da consultoria Thymos Energia, João Carlos Mello, a solução para o entrave no setor é construir termelétricas que operem na chamada base do sistema, ou seja, funcionem o ano inteiro. Elas teriam custo inferior às do modelo atual, acionadas apenas quando cai o nível de água dos reservatórios das hidrelétricas.
Na avaliação de Christopher Vlavianos, presidente da comercializadora Comerc Energia, a conta do próximo ano pode ficar ainda mais salgada, pois deve refletir o aumento do custo da energia previsto para este ano, com o possível acionamento da bandeira tarifária vermelha, de abril a agosto, meses em que chove menos e as termelétricas são acionadas.
Energia solar cresce e ultrapassa nuclear
A capacidade instalada de usinas de geração de energia solar fotovoltaica no Brasil superou a marca de 2 mil megawatts (MW) e ultrapassou a fonte nuclear no país. O Valor Econômico traz, hoje, matéria sobre o tema, que vem sendo abordado pela mídia nos últimos dias.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a fonte solar fotovoltaica alcançou 2.056 MW de potência instalada, o equivalente a 1,2% de todo o parque gerador brasileiro. A energia solar passou a ser a sétima maior fonte de energia elétrica do país.
A principal fonte da matriz elétrica brasileira é a hidrelétrica (104.343 MW), seguida por biomassa (14.768 MW), eólica (14.738 MW) e gás natural (13.369 MW). A fonte nuclear é a oitava maior do país, com 1.990 MW, a partir das usinas de Angra 1 e 2, no Estado do Rio de Janeiro.
Roraima permanece dependente de térmicas
Mesmo com o retorno da energia elétrica na Venezuela, o estado de Roraima, cujo suprimento elétrico é feito em grande parte pelo país vizinho, segue abastecido por usinas térmicas, informa o Valor Econômico. De acordo com a distribuidora Roraima Energia, subsidiária da Eletrobras, não há previsão de que o suprimento energético pela Venezuela seja retomado.
A reportagem ressalta que desde o apagão da semana passada, que deixou cerca de 90% da Venezuela sem energia, o abastecimento em Roraima está a cargo de cinco usinas termelétricas.
PANORAMA DA MÍDIA
A prisão, pela Policia Civil do Rio de Janeiro, de dois acusados de participação direta no assassinado da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, é o destaque em quase todos os principais jornais do país nesta quarta-feira (13/03). Os presos são o PM reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, e o ex-PM Élcio Vieira Queiroz, de 46. Lessa teria sido o autor dos disparos e Queiroz teria dirigido o carro que levava o assassino. Eles foram presos dois dias antes de os assassinatos completarem um ano. Ainda não se definiram possíveis mandantes e a motivação do crime. O editorial de hoje do jornal O Globo é sobre as prisões. Na opinião do jornal, elas são um passo importante para elucidar o caso Marielle.
O Estado de S. Paulo destaca declarações de Raul Jungmann, que era ministro da Segurança Pública na época dos assassinatos. Ele questiona o fato de a investigação não ter sido federalizada e diz que “ainda tem muito o que avançar”. Mesmo após a prisão de dois suspeitos da execução, Jungmann considera que “não dá para dizer que o caso está encerrado”. Segundo ele, os investigadores ainda não apresentaram indícios suficientes da motivação do crime.
Também na primeira página da edição de hoje, além do destaque principal sobre as prisões no Rio de Janeiro, a Folha de S. Paulo ressalta que a proposta do ministro da Economia Paulo Guedes, de desvincular R$ 1,5 trilhão do Orçamento federal, tem efeitos limitados sobre a maior parte dos gastos. O jornal explica que a fatia mais relevante das despesas federais recai sobre obrigações que, independentemente da proposta de desvinculação total do governo, são inadiáveis, como os gastos com a Previdência e o pagamento a servidores do Estado.
O Valor Econômico informa que o ministro da Economia, Paulo Guedes, iniciou contatos com parlamentares para a aprovação da reforma da Previdência.