Investidores em geração de energia termelétrica vão apresentar proposta ao Ministério de Minas e Energia (MME) para incluir a fonte térmica a gás natural no próximo leilão de energia nova, do tipo “A-4”, previsto para 27 de junho e que contratará energia de novos empreendimentos para início de fornecimento em 2023. A reportagem é do jornal Valor Econômico.
A proposta que será encaminhada ao MME na próxima semana foi aprovada ontem (14/03) pela Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas (Abraget), como contribuição à consulta pública aberta pelo ministério para discutir as diretrizes do certame. Originalmente, essas diretrizes não incluem térmicas a gás no leilão de junho. Está prevista apenas a participação de projetos das fontes hidrelétrica, eólica, solar fotovoltaica e de biomassa.
Com a abertura da consulta pública sobre o leilão A-4, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) iniciou o prazo para o cadastro e a habilitação técnica dos empreendimentos elegíveis para o certame. O prazo para a inscrição de projetos termina no dia 5 de abril.
Para baixar custo de energia, Paulo Guedes quer mudança radical na exploração de gás
O portal G1 destaca que a promessa do ministro da Economia, Paulo Guedes, de reduzir em até 50% o custo da energia para promover a “reindustrialização” do país, tem como pressuposto uma mudança radical no modelo de exploração do gás natural. De acordo com a reportagem, o governo estuda a mudança do modelo de exploração que tem a Petrobras no monopólio do setor.
A discussão envolve os ministérios de Minas e Energia e da Economia, a Petrobras e entidades do setor privado. Um projeto de lei que propõe a alteração das regras do setor e que estava paralisado na Câmara foi desengavetado, segundo informação do portal de notícias.
Mitsui investe em energia solar no Brasil
O Valor Econômico volta a um tema que já foi notícia ao longo desta semana: o ingresso do grupo japonês Mitsui no setor de energia solar no Brasil. O grupo adquiriu cerca de 17% de participação na Órigo, empresa de geração de energia solar distribuída que tem entre os principais acionistas o fundo americano de private equity TPG Alternative & Renewable Technologies (TPG ART) e a gestora brasileira de ativos de empresas sustentáveis MOV Investimentos.
A aquisição foi aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O jornal explica que o aval do Cade foi necessário em função do faturamento da Órigo ser superior a R$ 75 milhões e ao porte dos investimentos do grupo japonês no Brasil. A expectativa é que o negócio seja concluído na primeira semana de abril.
Fundada em 2010 por quatro engenheiros, a Órigo foi uma das primeiras empresas a investir em geração distribuída a energia solar no país.
PANORAMA DA MÍDIA
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem (14/03), por maioria apertada de seis votos a cinco, que crimes de corrupção e lavagem de dinheiro deverão ser julgados pela Justiça Eleitoral, quando estiverem relacionados a caixa 2 de campanha. O tema é destaque nas edições desta sexta-feira, nos jornais O Estado de S. Paulo, O Globo e Correio Braziliense.
O Estado de S. Paulo informa que a decisão é vista por procuradores como negativa para investigações criminais, especialmente as ligadas à Lava-Jato. Para os entrevistados, a Justiça Eleitoral não é ideal para processar crimes que exigem investigação aprofundada como os de corrupção. Há, também, o temor de que condenações sejam anuladas após a decisão do STF.
O jornal O Globo traz várias matérias sobre o tema. Em uma delas, são reproduzidas críticas à decisão do STF feitas pelo coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, procurador Deltan Dallagnol, em redes sociais. Para ele, “começou a se fechar a janela de combate à corrupção política que se abriu há 5 anos, no início da Lava Jato”.
O crime na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), segue em destaque na Folha de S. Paulo. O jornal informa que a polícia suspeita de um terceiro jovem envolvido no planejamento do massacre.
Já o Valor Econômico traz, como matéria principal, o interesse de bancos nacionais e estrangeiros em concessões e privatizações do governo. De acordo com a reportagem, a agenda é uma boa oportunidade para o setor, que se afastou dessas operações nos últimos anos devido ao papel predominante do BNDES e à fixação de taxas de retorno consideradas irrealistas pelo setor, que elevavam muito o risco dos negócios e dos financiamentos.