A aprovação, nesta semana, pela Câmara dos Deputados do projeto de lei 10.985, que trata, entre outros assuntos, de uma solução para a judicialização do risco hidrológico (conhecido como GSF, na sigla em inglês), pode abrir caminho para outras pautas relevantes do setor elétrico, como a privatização da Eletrobras e o aperfeiçoamento do mercado livre de energia.
Em reportagem sobre o tema, o Valor Econômico explica que o GSF é a sigla para o déficit entre a garantia física das hidrelétricas e a energia efetivamente gerada por elas. Nos últimos anos, a estiagem severa, associada a outras questões, fez com que apenas uma parcela da energia fosse despachada, ajudando a poupar os reservatórios das usinas. A energia vendida e não gerada virou exposição no mercado de curto prazo de energia. Devido ao entendimento de que esse risco não deveria ser do gerador, as usinas foram à Justiça e conseguiram liminares para não pagar essa exposição.
O Valor informa, ainda, que o projeto de lei vai possibilitar que as usinas abram mão das liminares. Em troca, a parte não correspondente “ao risco hidrológico” do GSF será ressarcida às usinas, na forma de extensão das suas concessões. O projeto de lei voltará para o Senado e depois dessa tramitação seguirá para sanção do governo.
Busca por fontes limpas estimula fusões e aquisições
O Valor Econômico traz, em sua edição desta sexta-feira (28/06), uma matéria sobre tendência global no mundo corporativo pela agenda dos três ‘Ds’ – descarbonização, descentralização e digitalização –, a nortear processos de fusões e aquisições, inclusive no Brasil. Esta é a visão da consultoria KPMG, segundo a qual, o interesse de indústrias grandes consumidoras de energia e de petroleiras por combustíveis renováveis vai impulsionar o mercado.
A reportagem entrevistou o sócio da consultoria, Paulo Guilherme Coimbra, que falou, sobretudo, sobre o aquecimento do setor de energia. Coimbra ressaltou que no primeiro trimestre deste ano, foram contabilizadas 13 operações de fusões e aquisições no setor energético brasileiro. Dessas, apenas uma envolveu um ativo de combustível fóssil. E três transações foram referentes à compra pela mineradora brasileira Vale de projetos de geração de energia eólica.
“O setor de energia é um setor que está aquecido no Brasil e aquecido mundialmente. Estamos vendo empresas que usualmente não têm atuação dentro da área de energia e que estão comprando ativos ou fazendo contratos de longo prazo que tenham uma garantia de fornecimento de energia renovável, motivadas pela descarbonização da matriz de energia”, afirmou Paulo Coimbra.
Segundo ele, outra alternativa adotada pelas companhias, sem envolver a aquisição de ativos, tem sido firmar contratos de compra de energia de longo prazo de projetos de fontes limpas. Essa estratégia, explicou o especialista da KPMG, tem dois motivos. O primeiro é garantir estabilidade do custo de energia. O segundo é obter um ganho de imagem relacionado à sustentabilidade ambiental.
‘Novo gás’ vai refletir no preço da energia
O jornal O Estado de S. Paulo publica hoje (28/06) uma entrevista com o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, sobre perspectivas do governo para o mercado de gás natural no país.
Oddone reafirmou que a abertura do setor vai ajudar a reduzir o preço da conta de luz – inclusive para empresas. Segundo ele, é possível cortar à metade o custo do megawatt produzido nas usinas térmicas, uma das principais fontes de geração da matriz energética brasileira. Para Oddone, os primeiros efeitos do pacote lançado pelo governo para baratear o combustível devem aparecer no leilão de energia de outubro, com a oferta de mais projetos a gás e a um preço menor que o do último certame.
IPO da Neoenergia movimenta R$ 3,744 bilhões
A Neoenergia fechou ontem (27/06) sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) com uma emissão de até R$ 3,744 bilhões. O preço por ação foi definido em R$ 15,65 – no centro da faixa indicativa, que variava entre R$ 14,42 e R$ 16,89. O Valor Econômico informa que a oferta base era de 208.044.383 de ações ordinárias e a companhia colocou parte do lote adicional, totalizando 239.251.050 de ações. Com isso, a operação vai movimentar R$ 3,744 bilhões, toda em operação secundária — ou seja, os recursos vão para os acionistas vendedores, e não para o caixa da companhia. Os acionistas vendedores são a Iberdrola, o Banco do Brasil e a Previ, fundo de pensão dos funcionários do BB.
PANORAMA DA MÍDIA
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) decidiu cobrar multa das empresas que quiserem antecipar o pagamento de financiamentos. Este é o destaque de hoje (28/06) do Valor Econômico. A reportagem explica que, diante da forte queda da taxa básica de juros nos últimos dois anos, ficou vantajoso quitar antes do vencimento dívidas de longo prazo, contratadas a taxas superiores às vigentes agora.
O Estado de S. Paulo informa que o ministro da Economia, Paulo Guedes, reuniu sua equipe para fechar um plano de ação para deslanchar medidas de incentivo à economia logo após a votação da reforma da Previdência no primeiro turno no plenário da Câmara. A votação está prevista para antes do recesso do Congresso, marcado para 18 de julho.
O principal destaque do Globo são as negociações do governo com o Congresso, pela aprovação da reforma da Previdência. O jornal informa que, pressionado pelo Congresso, o governo começou ontem a trabalhar internamente para liberar verbas que assegurem a aprovação da reforma na Câmara antes do recesso do Legislativo, marcado para 18 de julho. A Casa Civil já pediu aos integrantes das bancadas para indicar projetos que possam receber recursos nos estados. O governo prometeu a cada parlamentar R$ 10 milhões agora, durante a votação da proposta na Comissão Especial, e mais R$ 10 milhões na apreciação do texto no plenário da Câmara. Outros R$ 20 milhões viriam até o fim do ano.
A Folha de S. Paulo traz como destaque a ação da Polícia Federal, que prendeu ontem (27/06) um assessor especial e dois ex-assessores do ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) em razão de investigação sobre candidaturas de laranjas do PSL, partido do governo, na eleição de 2018. De acordo com a análise do jornal, as prisões vão aumentar a pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro para uma decisão imediata sobre o futuro do ministro no governo.
O Correio Braziliense traz uma matéria especial sobre os 25 anos do Plano Real, que “instituiu a mais longeva das moedas e fez a inflação despencar de 916%, em 1994, para 22,14% no ano seguinte”.