Os jornais Valor Econômico, O Estado de S. Paulo e O Globo publicaram matérias em suas edições desta terça-feira (30/07), sobre desdobramentos da crise política no Paraguai, provocada pelo acordo firmado com o Brasil, em maio, a respeito do montante da energia gerada pela usina hidrelétrica de Itaipu que é destinado a cada país. O acordo foi assinado sem nenhuma divulgação pública.
Ontem, em decorrência da crise, houve uma série de demissões no Paraguai: caíram o chanceler Luis Alberto Castiglioni, o diretor-geral de Itaipu pelo lado paraguaio e o presidente da Administração Nacional de Eletricidade (Ande). O embaixador do Paraguai em Brasília, Hugo Saguier, também foi afastado do cargo. O Globo destaca que o Paraguai quer anular o acordo assinado com o Brasil em decorrência da revelação dos termos do documento.
O Valor Econômico explica que o agravamento da crise política no Paraguai deixou enorme incerteza sobre a manutenção do acordo entre os dois países. “Está em jogo uma diferença de aproximadamente US$ 250 milhões – quase R$ 1 bilhão pelo câmbio atual – entre o volume declarado de compra pelo Paraguai e o que é efetivamente consumido”, informa a reportagem. O valor do acordo se reverteria em economia a favor dos consumidores brasileiros em quatro anos (2019 até 2022).
Actis vai lançar nova empresa de energia renovável no Brasil
O Valor Econômico informa que a gestora britânica Actis vai lançar sua quarta empresa de energia renovável no Brasil, desta vez voltada a ativos operacionais. O primeiro ativo será o complexo eólico Babilônia, de 137 megawatts (MW) de potência, adquirido da EDP Renováveis por cerca de R$ 1,2 bilhão, incluindo a assunção de dívidas. A Actis já controla três empresas de energias renováveis no país: Atlantic Energias Renováveis, que tem 642 MW de potência em operação por meio de cinco complexos eólicos; a Echoenergia, que tem 700 MW em operação e 273 MW em construção também em empreendimentos eólicos; e a Atlas Renewable Energy, que tem 1,2 GW em projetos de energia solar em operação ou construção no Brasil e outros países da América Latina.
PANORAMA DA MÍDIA
A rebelião de presos entre facções criminosas no presídio de Altamira, no Pará, e declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a morte do pai de Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), durante o regime militar, são os principais destaques nos jornais de hoje (30/07).
A exceção foi o Valor Econômico, que trouxe como manchete a notícia da crise política gerada no Paraguai por causa de acordo firmado com o Brasil sobre o montante da energia produzida pela usina hidrelétrica de Itaipu que é destinado a cada país (ver resumo da notícia na abertura desta edição do MegaExpresso).
A Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo produziram uma série de reportagens sobre a rebelião de presos no Centro de Recuperação Regional de Altamira (PA). Ao menos 57 detentos morreram. A Folha informa que esta é a maior rebelião com mortos do ano. Em maio, uma sequência de ataques nos presídios do Amazonas deixaram ao menos 55 mortos. Segundo o Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), a rebelião começou por volta das 7h de ontem, durante o café da manhã, motivada pela disputa entre duas facções criminosas pelo controle da unidade prisional.
O jornal O Globo destaca que documentos oficiais atestam que o pai de Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, foi morto quando estava preso pelo regime militar, ao contrário do que disse o presidente Jair Bolsonaro, ontem, em transmissão ao vivo pela internet. O Correio Braziliense informa que Santa Cruz vai ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro, por causa das declarações de ontem.