O consumo de energia elétrica no país somou 38.213 gigawatts-hora (GWh) em junho, praticamente estável (0,2%), ante igual período de 2018. Os dados foram divulgados ontem (31/07) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que atribui o resultado ao baixo desempenho da atividade econômica.
No acumulado do primeiro semestre deste ano, o consumo cresceu 1,7%, totalizando 242.092 GWh. O segmento industrial registrou consumo de 13.760 GWh em junho, praticamente em linha (0,3%), em relação a igual mês de 2018. No primeiro semestre, porém, consumo da categoria recuou 1%, para 83.025 GWh.
“Em relação à conjuntura econômica das indústrias, a ociosidade do parque produtivo continuou elevada em junho, em torno de 25%, sem sinalização aparente de evolução imediata”, informou a EPE, em relatório. No setor residencial, o consumo em junho ficou em 10.877 GWh, com queda de 1,7% em relação a igual mês do ano passado. No setor de comércio e serviços, o consumo alcançou 7.118 GWh em junho, com alta de 3,4%. Outro boletim divulgado ontem pelo Operador Nacional de Energia Elétrica (ONS) indicou a mesma situação diagnosticada pela EPE. As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.
Preço horário de energia elétrica entra em vigor em 2021
O Ministério de Minas e Energia (MME) aprovou ontem (31/07) a implantação do preço horário de energia elétrica no mercado de curto prazo, em duas fases. A partir de janeiro de 2020, primeira fase, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) passará a adotar o DESSEM (Modelo de Despacho Hidrotérmico de Curtíssimo Prazo) na programação da operação, reduzindo assimetrias de informações e permitindo mais reprodutibilidade por parte dos agentes.
A partir de janeiro de 2021, segunda fase do processo, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) passará a adotar o DESSEM para fins de cálculo do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), contabilização e liquidação. As informações são do site Brasil Energia.
Escalada da crise no Paraguai faz Brasil antecipar reunião sobre acordo de Itaipu
A Folha de S. Paulo informa, na seção Painel, que com a escalada da crise que ameaça o mandato do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, o governo do país vizinho pediu para antecipar para hoje (01/08) a reunião que deverá abrir caminho à rescisão do acordo de concessão de energia da usina hidrelétrica de Itaipu. A reunião com o Itamaraty estava prevista para amanhã.
Em uma segunda matéria sobre o tema, a Folha explica que partidos de oposição do Paraguai anunciaram ontem (31/07) que apresentarão pedido de impeachment contra Mario Abdo Benítez e o vice-presidente, Hugo Velázquez, por causa da assinatura do acordo energético com o Brasil. O documento, firmado em maio, estabelece um cronograma para a compra de energia gerada por Itaipu até o ano de 2022. De acordo com a reportagem, o acordo, que só foi conhecido publicamente na semana passada, elevará os custos para a estatal de eletricidade do Paraguai em mais de US$ 200 milhões.
Enel vai priorizar distribuição e eficiência
Executivos da Enel Americas, braço de geração convencional e distribuição de energia elétrica do grupo no Brasil, Peru, Argentina e Colômbia, reuniram-se ontem (31/07), na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), para celebrar os 25 anos de listagem da empresa italiana Enel. Na ocasião, o presidente da Enel Americas, Maurizio Bezzeccheri, afirmou que a empresa pretende concentrar seus investimentos no setor de distribuição e nas oportunidades relacionadas à eficiência, serviços e novas tecnologias, com seu braço Enel X. Passado um ano da incorporação da Eletropaulo (hoje Enel São Paulo) às suas operações, a italiana Enel é agora a maior distribuidora de energia do Brasil. As informações são do Valor Econômico.
PANORAMA DA MÍDIA
O Banco Central (BC) reduziu ontem (31/07) a taxa básica de juros (Selic) para 6% ao ano e sinalizou a possibilidade de novos cortes. Este é o destaque de hoje nos principais jornais do país. O Estado de S. Paulo ressaltou que a decisão, que dá início a um novo ciclo de baixa para os juros no Brasil, surge em um ambiente de fraqueza da economia, inflação controlada e aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara. A Selic está agora em um novo piso da série histórica, iniciada em junho de 1996.
O jornal O Globo destaca que a notícia da redução da Selic para 6% chegou no mesmo momento em que a taxa de desemprego no país recuou para 12%, ante 12,7% de janeiro a março. De abril a junho, o número de pessoas ocupadas aumentou em 1,5 milhão. As vagas informais ainda respondem por 60% das novas colocações, mas a indústria, setor que historicamente mais contrata com carteira, voltou a gerar postos de trabalho: foram 319 mil entre o primeiro e o segundo trimestres, o equivalente à metade dos empregos formais criados nesse período.
A Folha de S. Paulo informa que analistas de mercado projetavam o corte da taxa básica de juros entre 0,25 ou 0,50 ponto percentual. Agora, a expectativa dos analistas é de juros próximos de 5,5% ao ano até o final de 2019. A Folha destacou, ainda, que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, também cortou os juros em 0,25 ponto percentual, pela primeira vez desde 2008.
A manchete do Valor Econômico também foi sobre as decisões de corte de juros no Brasil e nos EUA. A reportagem explica que em suas justificativas, as duas instituições alegaram inflação baixa e necessidade de estímulo adicional à atividade econômica. Em seu comunicado, o Fed citou “pressões inflacionárias neutras” e “implicações dos desdobramentos globais” – uma referência aos efeitos negativos da guerra comercial entre China e EUA – como razões para cortar os juros. “Embora a maior economia do mundo siga avançando em bom ritmo, há sinais de desaceleração dos investimentos”, informa o Valor.