A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou ontem (30/08) a manutenção da bandeira tarifária vermelha em seu primeiro patamar no mês de setembro. Com isso, as contas de luz continuam com taxa extra de R$ 4,00 a cada 100 quilowatts-hora consumidos (kWh). Essa é a bandeira tarifária em vigor desde o início de agosto.
Segundo a Aneel, a previsão hidrológica para o mês sinaliza permanência do quadro de estiagem, com vazões abaixo da média histórica, o que requer a manutenção de parcela relevante da oferta de energia sendo atendida por meio de acionamento do parque termelétrico, influenciando o valor do preço da liquidação das diferenças (PLD) e sua repercussão sobre os custos relacionados ao risco hidrológico (GSF).
A bandeira tarifária que vai vigorar em outubro será divulgada pela Aneel no dia 27 de setembro. As informações foram divulgadas pelo site da agência reguladora e outros canais de internet.
Ao menos três indústrias se habilitaram a comprar gás da Bolívia
O Valor Econômico informou ontem (30/08) que ao menos três grandes indústrias despontam como potenciais autoimportadores, inaugurando o mercado livre de gás natural no Brasil. Air Liquide Brasil, Gerdau Aços Longos e Yara Brasil Fertilizantes habilitaram-se para participar da chamada pública para contratar a capacidade do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ao todo18 empresas manifestaram interesse em contratar a capacidade do Gasbol.
De acordo com a reportagem, a lista de habilitadas pela Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) inclui desde produtoras de gás a comercializadoras, distribuidoras de gás canalizado e indústrias (potenciais consumidores livres ou autoimportadores).
Setor elétrico caminha em direção ao avanço tecnológico
Enquanto o mercado nacional discute a modernização do setor elétrico, a chegada das novas tecnologias e a sua inserção no modelo regulatório, as empresas estão atuando de forma a viabilizar essas novas formas de fazer negócio. São questões como armazenamento de energia, flexibilidade, recursos distribuídos, off grid, dentre outros. No foco está a transformação energética pelo qual o mundo está passando. No Brasil, o processo está em fase inicial, mas em países mais desenvolvidos, esta já é uma realidade.
Este é o tema de uma ampla reportagem publicada ontem (30/08) pelo Canal Energia, para a qual foram entrevistados presidentes de empresas e especialistas do setor. A reportagem foi feita a partir dos debates do fórum de CEOs, realizado na 16ª edição do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), nos últimos dias 28 e 29, no Rio de Janeiro. No foco das discussões estava a tecnologia como driver da modernização do setor elétrico.
CNA e Aneel discutem melhorias no fornecimento
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os Ministérios da Agricultura e de Minas e Energia e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) discutiram na quinta-feira (29/08), a expansão e a melhoria da qualidade no fornecimento de energia elétrica no meio rural.
Setores como a irrigação e a produção de leite, frangos e suínos seriam diretamente beneficiados. Outro ponto abordado foi o fornecimento de energia para a industrialização de algumas cadeias para fortalecer o desenvolvimento sustentável do agro.
De acordo com a CNA, os produtores têm enfrentado problemas com a baixa qualidade da energia no campo, apesar de existir um sistema de monitoramento da energia pela Aneel. A informação foi publicada hoje (31/08) pelo Diário do Comércio, de Minas Gerais.
PANORAMA DA MÍDIA
O primeiro orçamento anual elaborado pela gestão do presidente Jair Bolsonaro pode levar à paralisia da máquina pública em 2020. Pela proposta enviada ao Congresso ontem (30/08), as despesas com custeio e investimentos devem ficar no patamar mínimo histórico, destaca o jornal Folha de S. Paulo, na edição deste sábado (31/08). O governo estima que terá R$ 89,2 bilhões para gastos como energia elétrica, água, pagamento de terceirizados e materiais administrativos, as chamas despesas discricionárias, além de investimentos em infraestrutura e outros gastos.
O Estado de S. Paulo aborda, em editorial, a necessidade de novos caminhos para que os investimentos em infraestrutura não dependam do governo federal. Diz o jornal: “Os R$ 49,9 bilhões investidos pelo governo central nos 12 meses até julho foram menos de metade do valor aplicado no período encerrado em julho de 2014, ou R$ 102,7 bilhões. Este foi o pico da série histórica. Calculados a preços de julho de 2019, esses valores foram recém-divulgados pelo Tesouro Nacional. Nos 12 meses findos em julho deste ano o investimento da União correspondeu a 0,71% do Produto Interno Bruto (PIB).”
O editorial apresenta dados do Tesouro Nacional e analisa o balanço das contas públicas elaborado pelo Banco Central. Para o jornal, as informações disponíveis reforçam “os motivos para apressar a participação privada nos investimentos em infraestrutura”.
No Globo, a jornalista Míriam Leitão analisa dados de emprego no país. “O Brasil tinha no trimestre de maio a julho 2,2 milhões de pessoas a mais trabalhando do que no mesmo período do ano anterior. Essa é uma boa notícia na vastidão das más notícias quando o assunto é desemprego. É o melhor número no dado divulgado ontem, que tem que ser entendido por inteiro. O percentual do desemprego caiu de 12,3% no mesmo período do ano passado para 11,8%. Porém, o próprio IBGE diz que ficou estatisticamente estável. Parece contraditório, mas não é.”
A jornalista explica que “o aumento da população ocupada aconteceu no segmento que não tem carteira assinada e nos trabalhadores por conta própria. O total de pessoas desempregadas era 12,8 milhões há um ano e agora é 12,6 milhões. Ou seja, em número de pessoas está quase igual, mas em percentual caiu”.
A revista Época desta semana traz como destaque uma reportagem sobre as queimadas na Amazônia e a ação de desmatadores, que agem impunimente na região. A revista enviou uma equipe de jornalistas à região e a reportagem informa: “Localizada na divisa entre os municípios de São Félix do Xingu e Altamira, no Pará, a Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu deveria ser rebatizada — de proteção ambiental não tem nada. Na última semana de agosto, os focos de incêndio ali já eram poucos, mas o rastro de destruição deixado pelo fogo estava por toda parte. Às margens das precárias e empoeiradas estradas, contrastando com áreas ainda com vegetação nativa, apenas o solo preto e árvores retorcidas”.