O Valor Econômico publicou hoje (12/09) uma análise sobre o resultado do leilão na nova modalidade de oferta permanente realizado no início da semana pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que consolidou a presença da ExxonMobil na fronteira de exploração e produção de petróleo mais promissora do Brasil desde a descoberta do pré-sal. Na ocasião, a petroleira adquiriu três novas concessões na bacia Sergipe-Alagoas.
De acordo com a reportagem, a expectativa do consórcio liderado pela Exxon, ao lado da Enauta e Murphy Oil, é começar a perfurar seus primeiros poços nas águas profundas da região a partir de 2020. O consórcio é, hoje, o principal ator privado na exploração da bacia Sergipe-Alagoas. Juntas, ExxonMobil (50%), Enauta (30%) e Murphy Oil (20%) têm seis concessões exploratórias na região e, com a participação no leilão desta semana, passam a operar nove blocos – igualando-se ao número de áreas da Petrobras, que fez importantes descobertas na costa sergipana, nos últimos anos.
MME espera aval do TCU para leilão de petróleo
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse ontem (11/09) que o Tribunal de Contas da União (TCU) deve liberar os estudos do megaleilão de petróleo até fim deste mês. O certame, previsto para 6 de novembro, oferecerá às grandes petroleiras o direito de explorar o volume excedente aos 5 bilhões de barris do contrato da cessão onerosa, firmado com a Petrobras em 2010.
O edital, publicado na última semana pela Agência Nacional do Petróleo, G[as Natural e Biocombustíveis (ANP), colocará em disputa quatro blocos na bacia de Santos. Sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC), que garante a divisão de recursos do megaleilão com Estados e municípios, Albuquerque disse que está em “diálogo permanente” com as lideranças do Congresso.
Além de permitir que seja repartido o dinheiro arrecadado no certame com outros entes da federação, a PEC possibilitaria o pagamento à Petrobras de R$ 33,6 bilhões – valor acertado na revisão do acordo de cessão onerosa, em abril. Para isso, o governo pretende usar parte dos R$ 106 bilhões a serem cobrados na venda dos quatro blocos de petróleo para pagar a estatal. As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.
Uso de energia elétrica no setor químico recua 11% desde 2006
Levantamento da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) mostra que o consumo de energia elétrica do setor teve redução de 11% no período entre 2006 e 2018. O patamar de consumo passou de 416 quilowatts-hora (kWh) em 2006 para 369 kWh por tonelada de produto no ano passado. Porém, o indicador mostrou crescimento desde 2016. Práticas de eficiência energética e queda na atividade produtiva são apontadas como as principais causas. As informações foram publicadas pelo jornal DCI – Diário do Comércio, Indústria e Serviços.
CTG recorre à biotecnologia no combate ao mexilhão
Segunda maior geradora de energia privada do país, a CTG Brasil, empresa controlada pela China Three Gorges Corporation e dona de 17 hidrelétricas no Brasil, se inspira numa biotecnologia adotada no combate aos mosquitos da dengue e malária para enfrentar um problema que afeta as hidrelétricas há quase 20 anos, mas que vem se agravando: a presença do mexilhão-dourado, espécie vinda da Ásia e sem predadores naturais que causa um prejuízo anual da ordem de R$ 400 milhões ao setor elétrico, segundo estimativas da companhia.
A informação é do Valor Econômico, que publicou hoje (12/09) uma reportagem a respeito. De acordo com o jornal, a CTG entra neste mês numa nova fase de pesquisa e desenvolvimento (P&D), na tentativa de controlar a praga em suas usinas, em parceria com a startup de biotecnologia e engenharia genética Bio Bureau.
O jornal explica que o molusco, hospedeiro da salmonela e impróprio para o consumo humano, chegou ao continente vindo nos cascos dos navios da China que aportavam na Argentina, onde foi encontrado pela primeira vez em 1991 no rio da Prata. O mexilhão afetou a primeira hidrelétrica argentina, de Yacyretá, em 2000. No ano seguinte, chegou a Itaipu e, em 2002, provocou a parada de uma turbina em Porto Primavera.
Incertezas preocupam o setor de petróleo e gás na Argentina
O setor de petróleo e gás de xisto na Argentina vive um momento de incerteza, poucos meses depois de começar a deslanchar, informa o Valor Econômico. Os motivos, segundo a reportagem, são medidas adotadas recentemente pelo presidente Mauricio Macri e o discurso ambíguo de Alberto Fernández, favorito para vencer a eleição em outubro.
A produção no campo de Vaca Muerta começou a crescer nos últimos meses e deve levar a Argentina a ter superávit na conta de petróleo e gás no ano que vem. Mas o momento favorável das empresas que investem na reserva pode estar ameaçado. Em agosto, depois da derrota nas primárias, Macri anunciou congelamento do preço de combustíveis, o que desagradou as companhias. Na semana passada, Fernández fez declarações pouco amistosas às empresas estrangeiras que operam no país.
PANORAMA DA MÍDIA
O ministro da Economia, Paulo Guedes, demitiu ontem (11/09) o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, articulador da proposta de reforma tributária do governo federal. A notícia está na manchete de hoje dos principais jornais do país (O Estado de S. Paulo, Valor Econômico, O Globo, Folha de S. Paulo e Correio Braziliense).
O Estado de S. Paulo explica que, sob críticas pela defesa da criação de um novo tributo nos moldes da extinta CPMF (contribuição provisória sobre movimentação financeira), Cintra também se desgastou no governo depois que a cúpula da Receita Federal ameaçou deixar os cargos em protesto contra a interferência do presidente Jair Bolsonaro no órgão. Segundo o jornal, com a demissão de Cintra, Guedes vai promover ampla reestruturação no Fisco com a troca das chefias do órgão.
O Valor Econômico analisa que, com a exoneração de Cintra, a CPMF deve sair de cena, porque deixa o governo a face que mais se expunha em sua defesa. Mas a retirada pode ser estratégica, para um futuro retorno em momento mais favorável, já que o ministro da Economia, Paulo Guedes, é francamente favorável à medida e já mudou opiniões do presidente Jair Bolsonaro sobre economia mais de uma vez. No Congresso, há divergências a respeito do tributo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ter recebido relatos de parlamentares de que uma eventual proposta do governo não passará no Congresso. “As reações foram muito contundentes”, afirmou.
A Folha de S. Paulo explica, na coluna Painel, que Jair Bolsonaro ficou especialmente irritado e mandou demitir Marcos Cintra porque viu na divulgação de detalhes da proposta de recriação da CPMF uma desobediência a pedido feito pessoalmente por ele à equipe econômica. Antes de ser internado para sua quarta cirurgia, o presidente foi ao Ministério da Economia e solicitou que o assunto não fosse esmiuçado até que ele saísse do hospital. Ressaltou que não estava convencido e pediu que o aguardassem para dar rumo à reforma tributária.