Dois dias após a disparada do preço do petróleo, nas bolsas do exterior, provocada por ataques a instalações petrolíferas da Arábia Saudita – maior exportador mundial de petróleo – a Petrobras anunciou ontem (18/09), reajustes no preço da gasolina e do diesel. O preço de venda do litro da gasolina nas refinarias da estatal vai subir 3,5%. Já o preço do litro do diesel terá alta de 4,2%.
Os novos valores começam a vigorar nesta quinta-feira (19/09). O repasse às bombas depende de políticas comerciais de postos e distribuidoras. O valor cobrado pela Petrobras na venda de gasolina equivale a cerca de 30% do preço final. No caso do diesel, o valor de venda da empresa equivale a 50% do preço de bomba. As informações foram publicadas pelo Valor Econômico.
Modernização do setor elétrico e bandeira vermelha
Edvaldo Santana, vice-presidente da Electra Energy, escreveu um artigo para a edição de hoje (19/09) do Valor Econômico, em que analisa – e critica – a centralização de decisões no setor elétrico brasileiro.
Ele argumenta que no último Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), realizado nos dias 28 e 29 de agosto, a necessidade de modernização do setor foi esmiuçada, mas não se chegou a um consenso sobre o caminho a seguir. “A modernização em curso, apesar de ir na direção de mais mercado livre, é, no mínimo, contraditória. Há um direcionamento para a realização de leilões centralizados, como se estes fossem o principal objetivo da reforma. Em outras palavras, a ênfase continua na figura do planejador central, que pode tudo, inclusive dizer quais são as usinas que ele quer e onde as quer”.
Outro ponto analisado no artigo é a ausência da palavra do consumidor regulado nesse debate. Consumidor esse, que no final, é quem paga a conta das decisões tomadas de forma centralizada. Santana lembrou que “a bandeira vermelha retirou cerca de R$ 300 milhões do bolso dos consumidores, apenas em agosto e setembro, tudo isso porque a decisão do planejador, a quem compete dizer qual o consumo do mês, não pode ser modificada, nem que seja evidente sua inadequação”.
Santana diz, ainda, que “a modernização, apesar das ótimas diretrizes, nada muda na excessiva centralização, muito pelo contrário. Temo que acabe por resultar em poucos aprimoramentos, do tipo fazer a mesma coisa, só que de forma diferente. Isso certamente contentará à maioria, mas não resolverá os graves problemas, eternizando-os”.
Doze petroleiras buscam dados do leilão da ANP
Doze petroleiras participaram de evento para conhecer detalhes do leilão de áreas excedentes da cessão onerosa. A lista de participantes do seminário da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) inclui as companhias Petrobrás, ExxonMobil, Shell, Total e Chevron, BP, Equinor, Petrogal, Ecopetrol, Qatar e as chinesas CNOOC e CNODC. “Temos feito o máximo para melhorar a atratividade do leilão”, disse Renata Isfer, do Ministério de Minas e Energia. “É claro que estamos otimistas.” A informação foi publicada em uma pequena nota na editoria de Economia do jornal O Estado de S. Paulo. Até a edição deste boletim, o link para a matéria não estava disponível na internet.
MME publica portaria para o setor do petróleo
O Ministério de Minas e Energia (MME) publicou hoje (19/09), no Diário Oficial da União, portaria sobre a data de referência para a compensação a ser paga à Petrobras, que passou a ser a data efetiva do acordo de coparticipação.
Outra decisão da mesma portaria busca atrelar os valores do barril de petróleo a projeções de longo prazo para o Brent, incluindo mecanismo para correção do valor do barril para as correntes dos campos de Búzios, Atapu, Itapu e Sépia. “Com isso, confere-se maior previsibilidade para o cálculo da compensação à Petrobras e, ao mesmo tempo, reforça o equilíbrio das operações com uso de valores específicos para cada uma das áreas”, informa o MME em matéria publicada em seu canal de internet.
PANORAMA DA MÍDIA
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou ontem (18/09) corte de 0,50 ponto porcentual da Selic (a taxa básica de juros), de 6% para 5,50% ao ano. Com isso, a taxa está agora em um novo piso da série histórica. Ao mesmo tempo, o Banco Central indicou a possibilidade de novos cortes nos próximos meses. A redução de juros foi a segunda no atual ciclo de baixas e era esperada pelos economistas do mercado financeiro. Este é o destaque de hoje dos jornais O Estado de S. Paulo e Valor Econômico. O Valor publicou, ainda, a íntegra do comunicado do Banco Central, em que anuncia o corte na taxa básica de juros.
A Folha de S. Paulo e o jornal O Globo trazem como manchete a aprovação pela Câmara dos Deputados, na noite de ontem, da reforma partidária e eleitoral que afrouxa regras de fiscalização de contas partidárias e impõe um teto às multas para partidos que descumprirem a prestação de contas. A reportagem do Globo explica que o projeto, aprovado pelos deputados na semana retrasada e depois modificado pelo Senado, foi retomado quase na íntegra, conforme acordo feito entre Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, e líderes do centrão (grupo que reúne parlamentares de diferentes partidos) em reunião na manhã de ontem. O texto segue, agora, para sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro.