O Valor Econômico traz hoje (30/09) uma matéria a respeito da cibersegurança do setor elétrico brasileiro, ou seja, o conjunto de ações e técnicas adotado por empresas para proteger sistemas, redes e equipamentos de invasões. O jornal ressalta que, como falhas causadas por incidentes cibernéticos podem ter graves consequências, muitas empresas e órgãos do governo tratam o assunto com reservas.
A reportagem ouviu várias empresas do setor. Na Eletrobras, por exemplo, foi entrevistado Fernando Spencer, gerente de segurança da informação da companhia. Segundo ele, as empresas do grupo têm planos de segurança da informação, com base em diagnósticos periódicos, acompanhados pelo comitê de auditoria e riscos estatutário, pela diretoria executiva e pelo conselho de administração.
No caso de Furnas, o gerente de segurança e gestão da informação, Júlio Chagas, reconhece a existência de riscos cibernéticos para a operação. “Ataques cibernéticos, desastres naturais e outras ameaças podem causar indisponibilidade do sistema elétrico. Mas o ser humano também é um risco”, diz. “Temos investido cada vez mais em treinamentos e conscientização dos funcionários.”
Na Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), do Rio Grande do Sul, o engenheiro Fernando Covatti, da área de automação, explica que há constante monitoramento dos riscos cibernéticos externos e internos. O trabalho é orientado por normas do NIST (National Institute of Standards and Technology, do Departamento de Comércio dos Estados Unidos). Mesmo assim, diz, ainda faltam recursos humanos e de orçamento para alcançar um nível de proteção de excelência.
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação do Operador Nacional do Sistema (ONS) não se manifestou.
Shell busca propósito além do petróleo
O Valor Econômico publicou matéria produzida pelo jornal Financial Times, do Reino Unido, que mostra como os executivos da Shell, uma das maiores empresas no mundo na área de petróleo e gás, estão olhando para o futuro da companhia. De acordo com a matéria, o alto comando da Shell tem a mesma preocupação de outras grandes petroleiras: como uma empresa que gera a maior parte de seu lucro atendendo à ainda forte demanda mundial por petróleo e gás deve navegar rumo ao futuro enquanto a maré política volta-se cada vez mais contra os combustíveis fósseis.
De acordo com a reportagem, o desafio da Shell – empresa que mais paga dividendos no mundo – persiste, em um momento no qual a visão de que as empresas devem maximizar os lucros acima de tudo está sendo questionada. Na semana passada, o encontro sobre o clima em Nova York serviu de lembrete de que o desafio de enfrentar o aquecimento mundial tem sido forte catalisador para estimular o debate de que as empresas deveriam ter propósitos mais elevados.
Nesse sentido, informa o jornal, a Shell tem buscado atividades menos intensivas em termos de carbono. Uma delas, as operações de gás (mais limpo que o petróleo, embora ainda um combustível fóssil). A empresa também desenvolveu projetos de energia solar e eólica, encorajou a adoção de energia elétrica a base de hidrogênio e investiu em startups de baixas emissões de carbono – que atuam em áreas como as de veículos elétricos e armazenamento de energia nas casas.
PANORAMA DA MÍDIA
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá perder até R$ 14,6 bilhões com financiamentos feitos ao grupo Odebrecht, pivô do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. A estimativa, revelada ao jornal O Estado de S. Paulo pelo presidente do banco, Gustavo Montezano, faz parte do esforço de explicar a suposta “caixa-preta” do BNDES. Parte dessa perda potencial ficará com o Tesouro Nacional, que deu garantia em empréstimos para outros países contratarem a empreiteira baiana em obras de infraestrutura.
O jornal O Globo informa que cinco anos e meio após a Lava-Jato desbaratar o maior esquema de corrupção já registrado no país, quase 60% do dinheiro que delatores prometeram devolver já entrou nos cofres públicos no Rio de Janeiro e no Paraná. De acordo com levantamento feito pela reportagem, cerca de 221 delatores ressarciram R$ 1,837 bilhão de um total de R$ 3,1 bilhões. Não foram levados em consideração os valores pagos por empresas em acordos de leniência com as forças-tarefas dos estados.
A Folha de S. Paulo destaca que sob o comando do ministro da Justiça, Sérgio Moro, a Polícia Federal fez no primeiro semestre deste ano a menor quantidade de operações desde 2014. Foram realizadas, entre janeiro e junho, 204 ações, número mais baixo que o registrado nos nove semestres anteriores. Apesar de menos atividades nas ruas, cresceram o número de investigações e os valores de bens apreendidos de 2018 para 2019. Os dados foram levantados pela PF a pedido da Folha.
O principal destaque da edição de hoje (30/09) do Valor Econômico são as articulações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com entidades patronais e de trabalhadores para apresentar uma proposta de emenda constitucional (PEC) sobre a reforma sindical.