Paulo Pedrosa, presidente da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) escreveu um artigo para a edição de hoje (13/10) da Folha de S. Paulo, em que faz um paralelo entre a expansão da economia paraguaia e o custo da energia no país, comparado aos parâmetros brasileiros.
Pedrosa destaca que nos últimos seis anos, o Produto Interno Bruto (PIB) paraguaio em dólares cresceu 33% enquanto o brasileiro perdeu mais de 1%. Segundo ele, esse é um fenômeno especialmente visível na indústria. Em 2017, reportagem da Folha apontava que sete de cada 10 empresas que migravam para lá eram brasileiras. “A explicação, em parte, se deve ao custo da energia quase três vezes maior no Brasil para consumidores residenciais e mais de duas vezes maior para industriais.”
Entre os argumentos expostos por Paulo Pedrosa está o preço pago pelo Paraguai pela geração da energia elétrica consumida no país. “Na geração, o Paraguai é praticamente atendido pela usina binacional de Itaipu, cujo modelo de contratação favorece o outro lado da fronteira, que, por um conjunto de mecanismos, recebe da usina uma energia que se aproxima da metade do valor que os brasileiros pagam.” Segundo Pedrosa, a diferença de valores “é um encargo de política externa”.
O presidente da Abrace analisa, ainda, outros fatores, como o mix de fontes utilizadas na geração de energia elétrica brasileira, que inclui usinas termelétricas mais caras, inclusive a diesel e subsídios “que mascaram o real custo de outras fontes, apresentadas como mais baratas”.
Suspeito por óleo, navio fantasma dribla radares
O jornal O Estado de S. Paulo informa que, apontada como uma hipótese para o derramamento de óleo nas praias do Nordeste, a circulação de navios fantasmas petroleiros pelo oceano Atlântico pode ser motivada pelas sanções econômicas dos Estados Unidos à Venezuela.
Análises sobre a mancha de poluição, que atinge 156 localidades de 71 municípios, já indicaram que a substância achada nas praias é compatível com o petróleo produzido na Venezuela, mas a origem do poluente ainda é desconhecida.
A reportagem explica que os chamados navios fantasmas são embarcações que procuram navegar sem registro oficial. Para isso, trocam de nome e até desligam o transponder – aparelho obrigatório em todas as embarcações, que registra a localização em tempo real de cada navio.
Um dos especialistas entrevistados pelo jornal, o coordenador do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional da Universidade de São Paulo (USP), Alberto Pfeifer, diz que as sanções americanas à Venezuela e a países que comercializem com ela “podem estar estimulando a marginalidade”.
Os navios fantasmas costumam usar rotas menos conhecidas. Com isso, ficam mais vulneráveis a contratempos. Um eventual derramamento de óleo pode ocorrer por acidente ou pelo descarte de mercadoria irregular para evitar flagrantes.
PANORAMA DA MÍDIA
Levantamento do jornal O Globo, feito em assembleias do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, além da Câmara do Distrito Federal, encontrou dezenas de leis propostas desde 2017 que criam novas despesas para os caixas estaduais sem atacar prioridades ou que geram excesso de regulação, elevando os custos das empresas e prejudicando o ambiente de negócios. A reportagem é o principal destaque da edição deste domingo (13/10) do jornal.
A Folha de S. Paulo informa que, na tentativa de estimular governadores a vender companhias estaduais de saneamento, o Ministério da Economia fez um estudo para detalhar o potencial de ganho aos cofres públicos com as privatizações. Se a opção for pela venda de 100% do capital, essas empresas podem atingir um valor próximo a R$ 140 bilhões. As contas não consideram as dívidas contraídas pelas companhias. Para chegar ao valor que seria efetivamente arrecadado pelos estados, portanto, é necessário descontar os débitos. A reportagem destaca que o debate se dá no momento em que o Congresso discute um novo marco legal para o saneamento e o governo defende maior abertura.
A principal reportagem do Estado de S. Paulo hoje (13/10) é a dependência de adolescentes pela internet. Segundo estudo publicado pelo jornal, um em cada quatro adolescentes brasileiros é dependente da internet. A pesquisa foi feita pela Universidade Federal do Espírito Santo com mais de 2 mil jovens. De acordo com o estudo, a dependência tecnológica também está associada ao aumento de transtornos mentais, como a ansiedade.
A missa de canonização de Irmã Dulce na manhã deste domingo, no Vaticano, é destaque nos principais portais de notícias. Às 10h34 (5h34 no horário de Brasília) o papa Francisco fez de Irmã Dulce, oficialmente, a Santa Dulce dos Pobres – a 37ª personalidade brasileira canonizada pela Igreja Católica. Ela é a primeira mulher nascida no país a se tornar santa. A cerimônia, na Praça São Pedro, no Vaticano, reuniu, segundo a guarda local, cerca de 50 mil pessoas e fez outros quatro novos santos: um teólogo inglês, uma freira italiana, uma freira indiana e uma catequista suíça. (O Estado de S. Paulo)