O jornalista Elio Gaspari, colunista dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, critica, em seu artigo de hoje (20/10), a proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para redesenhar as tarifas do mercado de energia solar (geração distribuída).
Ele explica: “Desde o ano passado, realizaram-se consultas públicas que duraram até quatro meses, com três reuniões presenciais, em Brasília, São Paulo e Fortaleza. Desse trabalho sobrou muito pouco e a Aneel apresentou uma nova proposta. Nela, para quem já usa energia solar, até 2030 fica tudo como está. Quem entrar nesse tipo de consumo a partir das novas normas, que viriam em 2020, tomará uma tunga crescente, de 30% a 60% do que vier a poupar.”
Ainda de acordo com a coluna, “as distribuidoras sustentam que esse mercado já está maduro e por isso devem cobrar mais de quem está ligado às suas redes. No Brasil, a energia solar está com 0,18% do mercado. O problema do equilíbrio com as tarifas das distribuidoras foi enfrentado em regiões dos Estados Unidos, na Alemanha e na China. Em todos os casos, só se mexeu nas normas depois que a energia solar tomou em torno de 5% do mercado. O que se quer em Pindorama é afogar a concorrência do novo”.
A nova consulta pública durará 45 dias (de 17/10 a 30/11) e desta vez haverá uma única audiência presencial, no dia 7 de novembro, em Brasília. Informações detalhadas sobre a consulta pública podem ser obtidas no site da Aneel.
Leilões de infraestrutura já contam R$ 22,4 bilhões em investimentos
Os leilões de concessões de infraestrutura e energia elétrica já realizados pelo governo federal irão garantir R$ 22,4 bilhões em investimentos da iniciativa privada nos próximos anos, além de gastos obrigatórios com manutenção e operação. O jornal O Globo publicou, na edição de hoje (20/10), uma análise sobre os certames já realizados e os que estão por vir.
Um único leilão de energia, realizado na última sexta-feira (18/10), vai gerar investimentos de R$ 11,1 bilhões e ampliar a geração de eletricidade por meio de diversas fontes, como eólica, solar, hidrelétrica e térmica. Ao todo, já foram realizados 20 leilões nos setores de portos, aeroportos, ferrovia, rodovia e energia elétrica.
Para especialistas, o resultado é positivo, mas o governo precisa manter o ritmo nos próximos anos, já que esses leilões representam apenas 10% de tudo o que o governo pretende repassar à iniciativa privada até 2022.
Até 2022, o governo prevê a realização de leilões que podem gerar mais de R$ 230 bilhões em investimentos ao longo dos contratos. Nessas contas não estão incluídos os leilões de petróleo e gás. Parte do sucesso do programa, porém, ainda depende do andamento de projetos no Congresso. Deputados e senadores analisam propostas que podem destravar projetos nas áreas de ferrovias, gás natural, energia elétrica e saneamento.
Mesmo sem horário de verão, celulares adiantam uma hora automaticamente
A Folha de S. Paulo e o portal de notícias G1 informam que, apesar de o horário de verão ter sido extinto este ano pelo presidente Jair Bolsonaro, centenas de pessoas afirmaram nas redes sociais na madrugada deste domingo (20/10) que os relógios de seus celulares adiantaram uma hora automaticamente.
A situação já era prevista por empresas como a Motorola, que fez um alerta durante a semana pedindo atenção ao horário dos celulares entre os dias 19 e 20 de outubro, datas em que, tradicionalmente, o horário era adiantado em uma hora. De acordo com a empresa, isso pode ter acontecido em aparelhos que não estavam conectados à rede das operadoras; produtos conectados apenas no wi-fi, sem acesso à rede da operadora; e aparelhos desligados e religados somente após a virada de sábado para domingo.
PANORAMA DA MÍDIA
A Folha de S. Paulo entrevistou economistas, para a edição deste domingo (20/10), que falaram sobre o impacto positivo do ciclo de juros baixos (taxa Selic) para a economia. O Brasil está em meio a um processo de redução das taxas de juros que deverá se manter por muito tempo, com potencial para aumentar o nível de produtividade da economia e abrir espaço para alternativas de investimentos que atualmente são consideradas inviáveis.
De acordo com os economistas ouvidos pela reportagem, os primeiros reflexos dessa mudança podem ser vistos no setor imobiliário e na realocação de investimentos de pessoas físicas e empresas. Para que isso se traduza em uma recuperação vigorosa da economia, sem que ocorra pressão sobre os juros, há, no entanto, alguns desafios. Entre eles, ampliar a agenda de reformas econômicas iniciada em 2016, com o objetivo de aumentar a produtividade, equacionar o problema nas contas públicas e garantir que, efetivamente, o crédito mais barato chegue a consumidores e empresas por meio do aumento da competição no mercado financeiro.
O jornal O Globo destaca, em manchete, que desde o primeiro trimestre de 2018, mais 1,2 milhão de pessoas passaram a trabalhar em casa. Ao todo, já são 4,5 milhões de brasileiros nessa situação, de acordo com estudo da consultoria IDados a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a reportagem, o crescimento é explicado, principalmente, pela crise prolongada do mercado de trabalho, que ainda gera poucos empregos formais, mas também reflete as facilidades trazidas pela tecnologia para eliminar o tempo e o dinheiro gasto com transporte e alimentação fora de casa.
O Estado de S. Paulo traz, como principal destaque na edição de hoje (20/10), uma reportagem sobre o incômodo provocado em partidos tradicionais, pelos movimentos de renovação política que ampliam sua influência no Legislativo. O jornal informa que com diferentes perfis e bandeiras, movimentos como RenovaBR, Agora!, Acredito, Livres, MBL e a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps) ajudaram a eleger 54 políticos em 2018, sendo 30 no Congresso. Entre eles, deputados que hoje pedem aval da Justiça para deixar os partidos.
De acordo com a reportagem, a ascensão desses movimentos entrou na mira de líderes na Câmara Federal, que planejam aprovar uma lei para limitar doações e combater a infidelidade partidária.