O Valor Econômico publicou entrevista com o presidente mundial do grupo português EDP, António Mexia, que abordou, entre outros temas, o futuro da indústria, em meio ao processo de transição energética. Para o executivo, esse futuro será baseado na eletrificação e por fontes renováveis. Nesse cenário, o Brasil, em sua opinião, terá um papel de protagonismo mundial. “Vivemos em um contexto de transição energética, em um mundo que será cada vez mais elétrico. E o Brasil tem condições extraordinárias, vai ter um papel de liderança a nível mundial”, disse Mexia.
Mexia aposta nas renováveis não só pelo aspecto ambiental, mas também pelo ponto de vista econômico. “Quando comecei a vir para cá [Brasil], há 14 anos, e começamos com a estratégia das renováveis, as pessoas olhavam com algum ceticismo. Hoje, as formas mais baratas de energia são sempre as renováveis. E nisso o Brasil tem um potencial incrível.”
O Valor informa que o Brasil responde por 20% do Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) global e por 10% do resultado líquido do grupo EDP, que prevê investir R$ 11 bilhões no país nos próximos três anos. A companhia tem 2,9 mil MW instalados de hidrelétricas e de 331 MW de parques eólicos.
Nordeste propõe taxa sobre energia do sol e do vento
O jornal O Estado de S. Paulo informa que senadores da Região Nordeste querem aproveitar a discussão da reforma tributária no Congresso para buscar mais receitas para seus estados, que são grandes produtores de energia renovável e enfrentam dificuldades de caixa. O senador Marcelo Castro (MDB-PI) sugere a criação de royalties sobre energia solar e eólica na forma de uma emenda à proposta de simplificação dos impostos.
O texto inclui, na Constituição, como “bens da União”, os “potenciais de energia eólica e solar” e permite a possibilidade de cobrança de participação ou compensação financeira, em articulação com os estados, na exploração desses recursos. A definição da alíquota dos royalties seria feita por meio de lei, que exige maioria simples na Câmara e no Senado, bem como os critérios de divisão desses recursos entre União, Estados e municípios.
Especialistas ouvidos pela reportagem dizem que não há fundamento jurídico nem técnico para a cobrança. A reportagem foi publicada na editoria de Economia da edição de hoje (24/10), mas apenas a versão de assinantes estava disponível na internet até o fechamento desta edição do MegaExpresso.
PANORAMA DA MÍDIA
Três meses após se tornar uma empresa privada, a BR Distribuidora pretende estender sua atuação além da distribuição de combustíveis. O plano é criar comercializadoras (tradings) de etanol, energia e gás natural, informa o Valor Econômico em sua edição desta quinta-feira (24/10). De acordo com a reportagem, a BR, atual líder na distribuição, com 23% da rede de postos, se prepara para a abertura do mercado brasileiro de combustíveis. Para esta matéria, o Valor entrevistou o presidente da BR, Rafael Grisolia.
O jornal O Globo destaca que, uma vez concluída a votação da reforma da Previdência no Senado, o Congresso começa a avaliar outras frentes de mudanças do sistema de aposentadorias no país. O próximo passo é a tentativa de incluir estados e municípios na reforma, como previsto na chamada proposta de emenda constitucional (PEC) paralela. O relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), apresentou mudanças de regras no texto, que buscam atrair governadores para o projeto e preparam o caminho para sua aprovação na Câmara, que sempre se mostrou mais resistente.
O jornal O Globo publica, também com destaque na primeira página da edição de hoje, a vitória do Flamengo sobre o Grêmio, por 5 a 0, que colocou o time carioca na final da Copa Libertadores, após 38 anos.
A manchete de hoje do jornal O Estado de S. Paulo é a conclusão da votação da reforma da Previdência no Senado. A estimativa de economia de R$ 800 bilhões em dez anos foi mantida. As novas regras entram em vigor na data da promulgação, exceto as alíquotas de contribuição, que passam a valer após 90 dias.
A Folha de S. Paulo informa que o ministro da Economia, Paulo Guedes, estuda a eliminação dos patamares mínimos que estados e municípios devem aplicar em saúde e educação. A mudança está na minuta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) prestes a ser apresentada ao Congresso para mudar regras fiscais e orçamentárias. Hoje, a Constituição determina que estados devem destinar 12% da receita à saúde e 25% à educação. Municípios devem alocar 15% e 25%, respectivamente.