A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, no fim da tarde de ontem (25/10) que a bandeira tarifária para o mês de novembro será vermelha, patamar 1, com custo de R$ 4,169 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Novembro normalmente se caracteriza pelo início do período úmido nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN), mas o regime de chuvas regulares nessas regiões tem se revelado abaixo do padrão histórico. A previsão hidrológica para o mês também aponta vazões afluentes aos principais reservatórios abaixo da média, o que repercute diretamente na capacidade de produção das hidrelétricas, elevando os custos relacionados ao risco hidrológico (GSF).
A Aneel explica que essa conjuntura demanda elevação do acionamento do parque termelétrico, com consequências diretas sobre o preço da energia (PLD). O PLD e o GSF são as duas variáveis que determinam a cor da bandeira a ser acionada. As informações estão disponíveis no site da Aneel.
PLD sobe 10% em todos os submercados
O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) para a primeira semana de novembro (26/10 a 01/11) foi fixado em R$ 301,65/MWh em todos os submercados, um aumento de 10% em relação à semana passada.
A expectativa da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para outubro é que as afluências fechem em torno de 49% da Média de Longo Termo (MLT) para o sistema, estando abaixo da média para todos os submercados. Na região Sudeste, a expectativa é de 57%; no Sul é de 36%; no Nordeste, 29% e, na região Norte, 65% da MLT.
As afluências esperadas para o sistema em novembro estão em 59% da média, abaixo da média para todos os submercados. Na região Sudeste, a expectativa para o mês é de 65% da MLT; 51% para o Sul; 23% no Nordeste e na região Norte, 83% da MLT. As informações foram publicadas ontem (25/10) à noite, pelo Canal Energia.
Brasil e China assinam intenções de cooperação em áreas como ciência e energias renováveis
Os presidentes Jair Bolsonaro e Xi Jinping reuniram-se ontem (25/10), no Grande Palácio do Povo, em Pequim, onde os dois governantes expressaram a determinação em ampliar o comércio e diversificar o intercâmbio de produtos, bem como cooperar com as políticas de desenvolvimento e investimento.
O governo brasileiro assinou memorandos de entendimento sobre cooperação em várias áreas, como operações financeiras, energias renováveis e eficiência energética, educação, ciência e agronegócios. Os memorandos, que foram assinados pelos ministros e autoridades de cada área, são intenções de colaboração futura e não trazem detalhes de como funcionariam na prática.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil, com US$ 70 bilhões negociados em 2017. A viagem do presidente Jair Bolsonaro faz parte de um giro de 12 dias por países da Ásia e do Oriente Médio. Bolsonaro também esteve no Japão, onde participou da entronização do imperador Naruhito, e ainda deverá ir aos Emirados Árabes, ao Catar e à Arábia Saudita.
As informações foram publicadas ontem pelo portal de notícias G1 que trouxe a relação completa dos memorandos assinados ontem. No caso específico do memorando de entendimento em energias renováveis e eficiência energética, o que se pretende é “estabelecer a base para um relacionamento institucional colaborativo de cooperação bilateral nas áreas de energias novas e renováveis e eficiência energética”.
Chile avalia congelar tarifa de energia para aplacar protesto
O Valor Econômico informou ontem (25/10) que, na tentativa de acalmar os manifestantes nas ruas há quase uma semana, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, enviou um projeto de lei ao Congresso para congelar a tarifa de energia elétrica, parte de um pacote de medidas.
Ontem, os protestos continuaram na capital Santiago e em outras partes do país. Em Santiago, cerca de 1 milhão de pessoas saíram às ruas. O governo manteve o estado de emergência e o toque de recolher em diferentes cidades. “Sabemos que essa agenda social não resolve todos os problemas, mas também sabemos que é um alívio importante”, disse Piñera, ao anunciar o envio do projeto que congela a alta de 9,2% da tarifa de luz até dezembro de 2020.
Técnicos defenderão proposta de energia solar junto ao presidente
O jornal O Globo informa que técnicos do setor elétrico no governo tentarão convencer o presidente Jair Bolsonaro de que a proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os consumidores que geram sua própria energia não é “taxar o sol”. Ele usou esse argumento ao criticar a proposta do órgão, apresentada na semana passada.
A proposta da Aneel para a geração distribuída (GD), quando o consumidor gera a sua própria energia – normalmente por painéis solares –, está em consulta pública por 45 dias. O Ministério da Economia defende a medida (que prevê redução gradativa de incentivos à GD), com o argumento de que, se as regras atuais forem mantidas, o custo para os demais consumidores até 2025 seria de R$ 56 bilhões.
Um estudo do ministério afirma que “taxar o sol” é uma expressão cunhada por quem vai perder os subsídios. Os técnicos ressaltam que as alterações apenas reduzem, não aumentam os encargos: “reduz o encargo que o cidadão comum pagaria, e que seria transferido a este grupo de interesse, que, agora, luta para mantê-lo.” A mudança é defendida pelas distribuidoras de energia, mas divide especialistas.
Óleo nas praias do Nordeste é mistura de três campos da Venezuela, diz Petrobras
As análises feitas pela Petrobras sobre o óleo que chega às praias do Nordeste há quase dois meses concluíram que se trata de uma mistura da produção de três campos na Venezuela. A companhia frisou, porém, que investigações apontam como provável origem o derramamento por um navio.
As informações foram prestadas ontem (25/10), em entrevista coletiva à imprensa. O diretor de Assuntos Corporativos da estatal, Eberaldo de Almeida Neto, disse que a Petrobras comparou o combate ao vazamento a “procurar agulha no palheiro”, já que não se sabe a origem do vazamento. Ele disse, ainda, que a empresa fez sobrevoos no litoral do Nordeste, mas não conseguiu identificar o caminho do óleo. Assim, afirmou, não é possível instalar barreiras de contenção para evitar que as manchas toquem a costa. (Fonte: Folha de S. Paulo)
Petrobras tem R$ 34,6 bilhões para megaleilão
O jornal O Estado de S. Paulo destaca que a Petrobras vai chegar ao megaleilão no dia 6 de novembro com R$ 34,6 bilhões para fazer ofertas pelas áreas de pré-sal. A avaliação da diretoria é que a estatal é a “dona natural” dos campos, porque conhece muito bem os reservatórios que vão ser leiloados. Também domina a tecnologia para ultrapassar o desafio de produzir em águas tão profundas.
A reportagem explica que os reservatórios que vão a leilão no próximo dia 6 já estão com a Petrobras. Se outras empresas saírem vitoriosas da licitação vão ter de ser sócias da estatal e dividir com ela a operação. Isso porque as áreas oferecidas nada mais são do que extensões dos campos adquiridos pela empresa em 2010, na cessão onerosa.
Petrobras focará na ampliação do parque térmico, diz diretora
A estratégia da Petrobras na área de gás natural é focada na ampliação do parque termelétrico, afirmou ontem (25/10) a diretora de refino e gás natural da companhia, Anelise Lara, Segundo ela, a companhia poderá participar de leilões de energia.
“Temos hoje possibilidade de participar de leilões de energia”, disse a diretora, em teleconferência com analistas e investidores sobre o resultado do terceiro trimestre da estatal. Anelise comentou que serão realizados alguns leilões em 2020. (Fonte: Valor Econômico)
PANORAMA DA MÍDIA
As manifestações de ontem (25/10) no Chile são o principal destaque do jornal O Globo neste sábado. As manifestações de rua em várias cidades chilenas ocorrem após sete dias de tensões provocadas por protestos que levaram o presidente Sebastián Pinera a decretar estado de emergência no sábado passado, militarizando a segurança pública e impondo toque de recolher. A reportagem explica que, inicialmente motivados por um aumento da passagem do metrô de Santiago, os protestos foram engrossados por demandas mais amplas, incluindo reformas nos sistemas de aposentadoria, educação e saúde e uma nova Constituição.
As notícias do Chile dividiram espaço com outras reportagens na primeira página dos principais jornais do país. A Folha de S. Paulo informa que ao menos 700 investigações e processos judiciais foram paralisados desde que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, mandou suspender casos criminais baseados em informações de órgãos de controle como a Receita Federal e o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Segundo a reportagem, a medida travou, principalmente, apurações sobre crimes contra a ordem tributária (307), como sonegação, e relativas à lavagem de ativos obtidos ilicitamente (151), inclusive em esquemas de corrupção. Afetou, também, em menor quantidade, inquéritos, procedimentos investigativos e ações penais sobre diversos delitos, como contrabando, peculato (desvio de recursos públicos), golpes contra a Previdência, falsidade ideológica e tráfico de drogas.
O jornal O Estado de S. Paulo destaca que o governo federal estuda uma proposta que amplia para dez anos o tempo mínimo de trabalho que o servidor público precisa ter no cargo para garantir a estabilidade de emprego. A regra só valería para novos concursados. Esse prazo ainda não está fechado. Hoje, a pessoa que é aprovada em concurso público tem de passar por estágio probatório de três anos. De acordo com a reportagem, em conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente Jair Bolsonaro foi claro: está descartada qualquer mudança na estabilidade dos atuais servidores.