Reportagem do Valor Econômico aborda o desafio da Petrobras de conter o declínio natural acentuado de sua produção no pós-sal da Bacia de Campos. A companhia, no entanto, promete acelerar os investimentos para recompor as perdas na região. Segundo o diretor de exploração e produção da estatal, Carlos Alberto Pereira de Oliveira, a previsão é investir US$ 21 bilhões até 2023, com a intenção de “manter a sustentação da curva de produção” da Bacia de Campos, onde a petroleira produz cerca de 980 mil barris diários de óleo equivalente (BOE/dia) de petróleo e gás natural.
Desse volume, basicamente a metade vem do pré-sal e a outra metade do pós-sal. Enquanto os volumes do pré-sal sobem ano a ano, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Naatural e Biocombustíveis (ANP), a produção da Petrobras no pós-sal da Bacia de Campos despencou praticamente pela metade nesta década, de um patamar de 1 milhão de BOE/dia em 2011, para aproximadamente 530 mil BOE/dia neste ano.
Barril a US$ 100 é “coisa do passado”, diz presidente da Petrobras
O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje (28/10) uma entrevista com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, em que ele fala sobre o momento atual da companhia e sua expectativa para a próxima rodada do pré-sal, no início de novembro. “A parte da Petrobras (no leilão), muito provavelmente, será usada para investimentos na empresa”, afirmou.
Outro tema abordado pelo executivo foi o lento crescimento do consumo de petróleo no mundo. “O consumo de petróleo está crescendo lentamente no mundo – está abaixo de 2%. Aqui mesmo, no Brasil, nós vemos plantas industriais procurando opções, como o gás natural, para substituir o óleo combustível.”
Castello Brando descartou a possibilidade de a Petrobras investir em energia renováveis, como eólica ou solar. “Não temos as competências necessárias para obter sucesso nessas áreas. Estamos fazendo pesquisas, é claro. Mas não quero investir nisso agora, quero reforçar nossos pontos fortes. Pensando no meio ambiente, antes de investir em energia renovável, estamos usando tecnologia para reduzir a emissão de gás de efeito estufa, por exemplo. Isso é muito importante. E estamos aumentando a produção de gás natural, que também é um combustível limpo.”
PANORAMA DA MÍDIA
O Valor Econômico informa, em reportagem de destaque na edição de hoje (28/10), que ações de empresas nacionais voltam a atrair estrangeiros, após dois anos de recessão econômica (2014-2016) seguidos de três anos de baixo crescimento (2017-2019). O jornal destaca que hoje, as ações de companhias da China detêm fatia de 27,1% nas carteiras alocadas em emergentes, enquanto a participação brasileira recuou para 8,3%, atrás da alcançada por empresas de países como Taiwan, Coreia do Sul e Índia.
Mas melhora dos fundamentos, principalmente após a aprovação da reforma da Previdência, pode mudar esse quadro. Analistas brasileiros e estrangeiros apontam boas perspectivas. Entre os dias 21 e 23, nas sessões em que o Ibovespa bateu novos recordes, estrangeiros colocaram R$ 1,43 bilhão no mercado secundário, onde são negociadas ações já listadas na bolsa.
A vitória de Alberto Fernández, em primeiro turno, nas eleições presidenciais argentinas realizadas ontem, é a manchete dos jornais O Globo, Correio Braziliense e Folha de S. Paulo. Com 96,11% das umas apuradas, Fernández havia conquistado 48,03% dos votos contra 40,45% do atual presidente, Maurício Macri, que tentava a reeleição. Macri reconheceu a derrota nas eleições e prometeu fazer uma transição organizada para o governo do próximo presidente. Alberto Fernández tem a ex-presidente Cristina Kirchner como vice em sua chapa.
O Estado de S. Paulo informa que, uma vez aprovada a reforma da Previdência e as novas regras para a aposentadoria de servidores públicos federais, governo e Congresso começam a traçar estratégias para forçar estados e municípios a também mudarem as regras para os seus funcionários. De acordo com a reportagem, a proposta que está sendo discutida prevê estímulos para governadores e prefeitos que aderirem às novas regras da Previdência aprovadas na semana passada.