O leilão de linhas de transmissão de energia, promovido ontem (19/12) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), terminou com todos os 12 lotes arrematados. A disputa média por ativo foi de dez proponentes, um recorde no segmento.
A concorrência fez com que todas as linhas fossem arrematadas com deságio em relação ao preço máximo da Receita Anual Permitida (RAP) – valor anual pago à transmissora pela prestação do serviço. O deságio médio foi de 60,30%, o que deverá baratear o custo da energia em médio prazo.
O certame ofereceu a concessão de 34 projetos e contou com a presença de 38 empresas nacionais e internacionais. Os colombianos da ISA Cteep foram os grandes vencedores, conquistando três lotes que somam R$ 1,3 bilhão em investimentos. Suas propostas incluíram deságios que variaram entre 65,4% e 68,12%.
Os investimentos totais, previstos em decorrência do certame, são de R$ 4,18 bilhões para a construção, operação e manutenção de 2.470 km de linhas de transmissão e subestações com capacidade de transformação de 7.800 mega-volt-amperes (MVA).
Os empreendimentos estão localizados em 12 estados (Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo). Para especialistas, a melhoria no cenário econômico do país, a segurança regulatória do setor elétrico e a queda na taxa de juros contribuem para o alto interesse dos investidores no certame. Para 2020, o governo planejar realizar dois leilões de transmissão, um em cada semestre. (Fonte: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Valor Econômico)
Preço por refinarias da Petrobras deve ir a R$ 50 bilhões com interesse de estrangeiros
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo informa que, entre os grupos que já apresentaram proposta por refinarias colocadas à venda pela Petrobras, estão a chinesa Sinopec, o fundo de investimento Mubalada, de Abu Dabi, e a gestora americana EIG.
Segundo estimativas de analistas de mercado, a privatização das oito refinarias da estatal deverá movimentar mais de R$ 50 bilhões. Empresas petroleiras, grandes grupos internacionais e companhias brasileiras entram na reta final para a apresentação das propostas, processo que teve início em novembro. O resultado da venda das quatro primeiras unidades deve sair em março do próximo ano.
Petrobras busca nova destinação para o Comperj
O Valor Econômico traz hoje uma reportagem sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) – sua história, desafios e atuais projetos. Ao encerrar as negociações com a empresa chinesa CNPC para retomada das obras da refinaria do complexo, em Itaboraí, a Petrobras busca alternativas para usar, pelo menos em parte, as instalações ociosas do projeto.
A reportagem explica que, concebido no início como um complexo petroquímico, o Comperj se tornou, posteriormente, num projeto de refino. Nesta semana, o conselho de administração da Petrobras cancelou o projeto da refinaria em parceria com a CNPC, por inviabilidade econômica. A ideia, agora, é fazer do Comperj um hub de gás natural.
Segundo o Valor, a Petrobras está investindo US$ 4 bilhões numa unidade de processamento no local e avalia instalar uma termelétrica no complexo, para aproveitar o gás do pré-sal que chegará ao Comperj pelo gasoduto de escoamento Rota 3. Outra opção em estudo é que parte dos equipamentos inicialmente previstos para o complexo petroquímico seja utilizada para a construção de uma usina de lubrificantes no local.
Estradas recebem os primeiros eletropostos
A instalação de eletropostos em diversas estradas das regiões Sudeste e Sul do país, com destaque para trechos no estado de São Paulo, apontam para os primeiros passos do avanço da mobilidade elétrica no Brasil, informa o jornal Valor Econômico.
A reportagem destaca que, ao contrário do modelo tradicional de abastecimento focado em postos de gasolina, os eletropostos são instalados em shoppings ou outros pontos comerciais. O sistema de tarifas ainda está em estudo pelas concessionárias.
Uma das principais iniciativas foi anunciada no fim de outubro e envolveu dez empresas do setor de energia e transportes. A ideia se originou de uma chamada pública de projetos de pesquisa e desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Pela primeira vez, a ação contou com uma rede de inovação fora do setor elétrico.
O projeto conta com investimento de R$ 32,9 milhões – 80% da concessionária EDP, e os 20% divididos entre Audi, Porsche e Volkswagen, que realizarão os testes com seus veículos para homologação da infraestrutura, e entre as empresas ABB, Electric Mobility Brasil e Siemens, fornecedoras das soluções de carregamento. O projeto vai conectar 64 pontos de carregamento que interligam São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba e Florianópolis, formando um corredor de abastecimento de automóveis elétricos com mais de 2.500 km de extensão.
PANORAMA DA MÍDIA
O mercado de trabalho brasileiro criou 99.232 empregos com carteira assinada em novembro, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem (19/12) pelo Ministério da Economia. O resultado foi puxado pelo desempenho dos setores de comércio e serviços.
Esse foi o oitavo mês consecutivo de abertura de vagas formais. Novembro costuma ter resultados positivos com as contratações temporárias de fim de ano, mas o desempenho neste ano foi o melhor para o mês desde 2010, quando foram abertos 138.247 postos de trabalho. Esse é o principal destaque da edição de hoje do jornal O Estado de S. Paulo.
A manchete da Folha de S. Paulo e do Globo é o caso que envolve o senador Flávio Bolsonaro. O Ministério Público do Rio de Janeiro afirma que o senador lavou até R$ 2,3 milhões com transações imobiliárias e com sua loja de chocolates em um shopping da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, quando era deputado estadual.
As operações investigadas têm em comum o uso de grandes quantias de dinheiro Vivo. Para a Promotoria, a origem dos recursos em espécie é o esquema de “rachadinha” no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do estado (Alerj), operado por Fabrício Queiroz, seu ex-assessor. A defesa do senador pediu habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (18/12), para suspender a investigação.
O principal destaque do Valor Econômico são as polêmicas em torno da família Odebrecht. De acordo com a reportagem, para aceitar assinar o acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), Marcelo Odebrecht recebeu da empresa, há três anos, R$ 240 milhões. Segundo o jornal, a Odebrecht precisava de Marcelo porque, sem sua delação, o MPF e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos não fechariam o acordo de leniência da empresa e tampouco aceitariam as delações de 77 executivos da companhia. Foi uma “chantagem o que ele fez e continua fazendo com a empresa, em troca de dinheiro e poder”, disse ao Valor o novo presidente da Odebrecht S.A, Ruy Sampaio, que assumiu o cargo segunda-feira.