O Valor Econômico traz hoje (15/01) uma reportagem sobre o crescimento do número de empresas que têm buscado adquirir certificados de energia renovável (RECs), como forma de reforçar seu comprometimento com políticas sustentáveis. Em 2019, o Brasil emitiu pouco mais de 2 milhões desses certificados, quase seis vezes mais que o verificado em 2018. E, para 2020, a expectativa é de duplicar o volume do ano passado, afirma Celina Almeida, diretora do Instituto Totum, que é o emissor local dos RECs.
Segundo ela, a crescente demanda está associada à aplicação dos RECs no cumprimento de metas de sustentabilidade, ou como relato de resultados socioambientais. Um exemplo é o Protocolo GHG, ferramenta de contabilização de emissões de gases do efeito estufa – empresas detentoras dos certificados podem reportar emissões zero na categoria “consumo de energia” nessa plataforma.
Os RECs são uma forma de “rastrear” a energia renovável do ponto de geração até o consumidor final. Cada certificado adquirido comprova que 1 megawatt-hora (MWh) foi injetado no sistema elétrico a partir de uma fonte de geração de energia renovável.
Governador de Goiás propõe substituição da Enel por outra distribuidora
A proposta foi feita ontem (14/01) pelo governador Ronaldo Caiado (DEM-GO), em reunião com representantes da Enel Goiás e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para discutir, entre outros assuntos, as constantes quedas de energia registradas por usuários no estado. O governador propôs a transição dos serviços entre a atual operadora e a EDP, interessada em assumir a distribuição de energia em Goiás.
O portal de notícias G1, um dos veículos que publicaram informações sobre a reunião de ontem, ressaltou que Caiado disse a jornalistas desacreditar nos investimentos propostos pela Enel para este ano. “Só neste último ano já fizeram dois termos de compromisso com o governo. As pessoas não confiam mais naquilo que eles assinam e dizem”, ressaltou o governador.
A reportagem explica que a substituição das operadoras de energia é delicada e depende de questões jurídicas, mas a proposta do governo é que as duas empresas, Enel e EDP, cheguem a um acordo para fazer a transição dos serviços. Questionada por jornalistas, a Aneel não comentou a proposta de Caiado.
Subsídios da geração distribuída: a parte da história que não te contaram
O jornal O Estado de S. Paulo traz hoje (15/01) um artigo sobre o debate em torno dos subsídios para o setor de geração distribuída (GD). Assinado por Cesar Jorge Aguiari, sócio da Saren, empresa prestadora de serviços e soluções em energia elétrica, o artigo coloca em discussão o teor dos subsídios existentes no setor elétrico e o que os diferencia dos incentivos oferecidos a consumidores que geram a própria energia por meio da instalação em suas residências ou em fazendas solares, de painéis de energia solar fotovoltaica.
“Temos que entender os interesses em jogo”, afirma Aguiari. “De um lado temos as concessionárias de energia perdendo uma parcela do seu mercado cativo para a GD, as unidades da federação perdendo a arrecadação de ICMS das contas de luz, os municípios e as companhias de saneamento sendo obrigados a investir em eficiência. Do outro, temos o setor da GD, que, a partir de meados de 2017, passa a ter condições competitivas e começa a penetrar no mercado brasileiro.”
Para o autor do artigo, é difícil estimar as consequências negativas da desinformação para a imagem do setor de GD. “A insegurança jurídica causada por uma eventual mudança das regras no meio do jogo, como a que está sendo planejada com a mudança da REN482/2012, vai sem dúvida impactar negativamente o desenvolvimento do setor, com risco de atrasar ainda mais a entrada efetiva do Brasil no mercado mundial de USD 200 bilhões anuais das energias renováveis.”
PANORAMA DA MÍDIA
O Valor Econômico informa que o governo prepara mudança nas normas para o pagamento de contas e impostos de forma a facilitar o acesso de fintechs (bancos digitais) e bancos pequenos e médios a essas operações. Em paralelo, a Receita Federal estuda permitir que tributos federais sejam pagos com cartões de crédito. De acordo com a reportagem, as medidas têm como objetivo ampliar a competição entre instituições financeiras e reduzir a concentração no setor.
O presidente Jair Bolsonaro resolveu conceder novo reajuste do salário mínimo e corrigir a defasagem que fez com que o aumento anterior, fixado no fim de dezembro, ficasse abaixo da inflação. A partir de fevereiro, o piso nacional passará de R$ 1.039 para R$ 1.045. (O Globo)
O governo federal vai contratar até 7 mil militares da reserva das Forças Armadas para auxiliar no atendimento nas agências do INSS e liberar servidores do órgão para reforçar a análise dos benefícios. O anúncio foi feito ontem (14/01) pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, como parte da estratégia para acabar com a fila de 1,3 milhão de pedidos em atraso até o fim de setembro de 2020. (O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense)
O principal destaque da edição desta quarta-feira da Folha de S. Paulo é sobre o resultado de auditoria realizada pela consultoria KPMG em torno de possíveis irregularidades no seguro veicular obrigatório DPVAT. A auditoria aponta uma cadeia de relacionamentos que ligava a Líder (empresa que realiza os seguros) ao diretório nacional do PSL no período analisado. A auditoria foi contratada pela atual direção para avaliar gestões anteriores, de 2008 a 2017.