Ao menos quatro leilões de energia elétrica estão previstos pelo governo para este ano, incluindo licitações de projetos novos e existentes. Reportagem do Valor Econômico detalha as características dos quatro certames.
Entre eles, o que tem atraído mais atenção é o leilão de energia existente (A-4 e A-5) marcado para 30 de abril, que contratará projetos para início de fornecimento de energia em quatro e cinco anos (2024 e 2025), respectivamente. Poderão participar termelétricas existentes ou novas, a gás natural e carvão.
De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), para estes leilões, estão inscritas 87 termelétricas. Para o A-4, são 76 usinas cadastradas, somando 36.224 MW de capacidade instalada. Para o A-5, são 82 empreendimentos, no total de 43.277 MW. Um mesmo projeto pode estar cadastrado para ambos leilões.
Em 28 de maio, está previsto o leilão de energia nova A-4, cujo edital foi colocado em consulta pública esta semana pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O certame, que contratará energia de novos projetos para início de entrega em 2024, tem 1.528 empreendimentos cadastrados, totalizando 41.438 MW. Para o segundo semestre, está previsto o leilão de energia nova A-6, que contratará energia de novos projetos para início de fornecimento em 2026, além do leilão de energia existente dos tipos A-1 e A-2, de menor porte.
Sobre as licitações previstas para este ano, o Valor Econômico ouviu o presidente da consultoria PSR, Luiz Augusto Barroso. Segundo ele, do ponto de vista de cenário econômico, a perspectiva para os leilões deste ano é positiva, mas o total de contratação de energia dependerá da declaração de necessidade das distribuidoras, cujo mercado enfrenta o desafio do processo de abertura do mercado livre e do movimento migratório de consumidores, além do crescimento da instalação de sistemas de geração distribuída a energia solar fotovoltaica.
Reservas da Petrobras caem e exploração passa a ser prioridade
O Valor Econômico traz hoje (31/01) uma reportagem sobre a queda das reservas provadas da Petrobras em 2019, que teria atingido os seus patamares mais baixos desde 2001. Com isso, a necessidade da companhia de investir mais em exploração é reforçada.
Pelos critérios da Securities and Exchange Commission (SEC), as reservas totalizaram 9,59 bilhões de BOE (barril de óleo equivalente), volume estável (-0,1%) em relação a 2018. Já pelos critérios ANP/SPE (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis/Society of Petroleum Engineers), as reservas somavam 11,235 bilhões de BOE ao fim de 2019, retração de 6% na comparação anual. A diferença entre os dois critérios está associada, principalmente, às premissas econômicas.
De acordo com a reportagem, se o atual ritmo de consumo e reposição se mantiver, a expectativa é que as reservas da Petrobras se esgotem em 10,5 anos. Na primeira metade dos anos 2010, os patamares das reservas estavam acima dos 18 anos. Na comparação com alguns de seus pares globais, a situação da estatal está distante da realidade de empresas como a ExxonMobil (17 anos) e Total (20 anos), mas próxima dos números da Shell (oito anos) e Equinor (nove anos). A Petrobras já anunciou que intensificará as perfurações no pré-sal a partir deste ano, em busca de novas descobertas.
Dinheiro da conta de luz banca gastos do ONS com massagens e restaurantes
O jornal O Estado de S. Paulo informa que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem usado dinheiro da conta de luz para bancar serviços como a contratação sem licitação de empresas de massoterapia para sessões de “shiatsu expresso”, ao custo de R$ 307 mil. Ainda de acordo com o jornal, o ONS gastou R$ 106 mil para que servidores participassem de corridas de rua, além de almoços em restaurantes de luxo.
A reportagem destaca que as informações foram obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) e fazem parte de relatório da Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira (SFF) da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que analisou as prestações de contas de 2014 a 2018 do ONS. A Aneel pede a devolução de mais de R$ 13 milhões, por entender que o Operador não conseguiu comprovar a necessidade das contratações.
O ONS nega a maioria das irregularidades, mas diz que fará ajustes. A Aneel declarou que o assunto ainda não foi apreciado pela diretoria.
PANORAMA DA MÍDIA
O avanço do coronavírus já afeta projeções para o desempenho da economia brasileira. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) prevê queda superior a 3,5% nas exportações deste ano, em razão da perspectiva de desaceleração da atividade na China, nosso principal parceiro comercial, após o aumento de casos da doença. Outros fatores também foram considerados na avaliação da AEB: o aumento de compras de produtos americanos pelos chineses como parte do acordo que impôs uma trégua à guerra comercial e da persistência da crise na Argentina. Esse é o principal destaque da edição de hoje (31/01) do jornal O Globo.
Os jornais O Estado de S. Paulo e Correio Braziliense também trazem como destaque o avanço da doença, que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar emergência global.
O Valor Econômico informa que o Ministério da Agricultura prepara Medida Provisória (MP) para estabelecer a fiscalização por autocontrole de produtos de origem animal e vegetal, fertilizantes, medicamentos veterinários, rações, sementes e insumos em geral. A nova legislação vai tornar obrigatória a adoção de programas mais abrangentes que os sistemas de controle de qualidade exigidos atualmente das empresas.
A política nacional é o destaque da edição desta sexta-feira (31/01) da Folha de S. Paulo. O jornal informa que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), favoreceu o seu reduto eleitoral na agenda de trabalho ao longo do primeiro ano do governo Jair Bolsonaro. Levantamento da Folha identificou uma média de três encontros por semana com representantes e políticos do Rio Grande do Sul, estado pelo qual o ministro se elegeu deputado federal em 2018.