A Engie Brasil Energia cadastrou a termelétrica a carvão Jorge Lacerda nos leilões de energia existente A-4 e A-5 marcados para abril com a intenção de alavancar as tentativas de venda do ativo, disse Rafael Bósio, gerente de relações com investidores da companhia, em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre do ano passado.
A usina, de 857 MW e localizada e Capivari de Baixo (SC), está à venda em linha com a estratégia global da Engie de buscar apenas fontes renováveis, mas a companhia tem enfrentado dificuldade em encontrar compradores com propostas aceitáveis.
“Se a usina for bem sucedida no leilão, vai ter um contrato de 15 anos, e isso pode melhorar as condições de venda do ativo”, disse Bósio. Segundo ele, muitos potenciais compradores pedem contratos de venda de energia de longo prazo com a própria Engie. “O que não faz sentido, se queremos descarbonizar”, disse.
Em relação à estratégia de gestão do risco hidrológico, Bósio disse que a companhia não poderia tornar pública, mas afirmou que os contratos estão “próximos da estratégia do setor”.
Balanço
A Engie a teve lucro atribuível aos acionistas de R$ 617,3 milhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 18,9% na comparação anual, refletindo o crescimento de 152,20% no resultado financeiro negativo, para R$ 406,8 milhões.
Segundo a companhia, isso aconteceu por conta do impacto de juros e correções monetárias das dívidas assumidas para viabilizar a expansão recente, como a aquisição da TAG, mas os efeitos tendem a ser suavizados nos próximos anos. A dívida líquida da Engie subiu de R$ 6,8 bilhões no fim de 2018 para R$ 10,2 bilhões ao fim do ano passado.
A receita operacional líquida cresceu 21,4%, para R$ 2,8 bilhões. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) cresceu 21,6%, para R$ 1,3 bilhão.